Arquivo mensal: Junho 2025

“Onde estiver o teu tesouro” Comentário para os Esposos: São Mateus 6, 19-23

Evangelho do dia

Leitura do Santo Evangelho segundo São Mateus 6, 19-23

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Não acumuleis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem os destroem e os ladrões os assaltam e roubam. Acumulai tesouros no Céu, onde a traça e a ferrugem não os destroem e os ladrões não os assaltam nem roubam. Porque onde estiver o teu tesouro, aí estará o teu coração. A lâmpada do teu corpo são os olhos. Se o teu olhar for límpido, todo o teu corpo ficará iluminado. Mas se o teu olhar for mau, todo o teu corpo andará nas trevas. E se a luz que há em ti são trevas, como serão grandes essas trevas!».

 

“Onde estiver o teu tesouro”

É no que mais valorizamos que colocamos o nosso coração. Para aí dirigimos todos os nossos esforços, para o alcançar e manter. O mundo oferece tesouros que se transformam em pó assim que os alcançamos, e nos colocam em busca de outros. São como luzes de néon, o brilho das riquezas, a alegria vazia e caduca que dura apenas umas horas, o bem-estar que não dá a Paz que o nosso coração procura. E assim se converte a vida num viver sem rumo e sem destino.

Mas Tu, Senhor, mostras-nos onde está a única coisa que preenche o nosso coração: o Teu coração.

O caminho para chegar a esse tesouro está no meu casamento, a arca do tesouro que Tu enches de pérolas cada vez que renuncio aos meus critérios e aceito, com alegria, o que o meu marido / a minha mulher me diz, mesmo que seja o contrário do que eu penso. A arca do tesouro que Tu enches de rubis, com cada sacrifício que faço pelo meu marido / a minha mulher. E, no fim, descubro que o maior tesouro é estar no Teu Coração.

Por isso, ajuda-nos a não nos separarmos do Teu Coração, a estarmos sempre alerta para não perdermos este grande tesouro. Não queremos que o nosso coração esteja noutro lugar, mas que esteja em Ti e Tu em nós.

 

Transposição para a vida matrimonial

João: Alicia, ao rezar, o Senhor mostrou-me o valor de todos estes anos de entrega e sacrifícios que fizeste comigo. Todos esses anos de sofrimento em silêncio e de dizer ao Senhor que era muito duro ter que suportar tudo: a casa, os filhos e o pior, as minhas ausências por causa do trabalho, mas que tu oferecias por amor a Deus e a mim.

Alicia: Sim, foram anos difíceis em que por vezes me senti sozinha, a puxar por tudo. Mas o que é que Nosso Senhor te mostrou na oração?

João: Bem, sabes, Nosso Senhor mostrou-me uma arca enorme, cheia de pequenas jóias que, quando olhei para elas, me trouxeram à memória os momentos em que te vi fazer todos aqueles sacrifícios, e como sempre olhaste para Nosso Senhor. Depois vi como o teu coração, sob a forma de uma jóia preciosa, estava unido ao Coração de Jesus, que era de uma preciosidade como eu nunca tinha visto. Fiquei admirado e apaixonado por Ele. Então compreendi que o teu coração está no coração de Nosso Senhor, pois fizeste tudo por Amor a Ele e a mim. Obrigado, querida, por me amares de uma forma que só Ele te poderia ensinar. Obrigado meu Deus por teres colocado esta preciosidade ao meu lado.

Alicia: Agradeço a Nosso Senhor por me ter dado todas estas oportunidades de crescer no Seu amor e por me ter ajudado a descobrir o Seu Coração através do teu coração, a apaixonar-me mais por ti e, assim, apaixonar-me mais por Ele, descobrindo este tesouro que Ele tinha preparado para mim, para nós: o Seu Coração.

 

Mãe,

Não nos deixeis afastar do Teu Filho, guarda-nos dos perigos da tentação e leva-nos sempre pela mão até Ele. Obrigado, Mãe!


Caminho do matrimónio. Comentário para os Esposos: São Mateus 6, 7-15

Evangelho do dia

Leitura do Santo Evangelho segundo São Mateus 6, 7-15

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Nas vossas orações, não sejais como os gentios, que usam de vãs repetições, porque pensam que, por muito falarem, serão atendidos. Não façais como eles, porque o vosso Pai celeste sabe do que necessitais antes de vós lho pedirdes. Rezai, pois, assim:

‘Pai-nosso, que estás no Céu, santificado seja o teu nome, venha o teu Reino; faça-se a tua vontade, como no Céu, assim também na terra. Dá-nos hoje o nosso pão de cada dia; perdoa as nossas ofensas, como nós perdoámos a quem nos tem ofendido; e não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do Mal.’

Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também o vosso Pai celeste vos perdoará a vós. Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também o vosso Pai vos não perdoará as vossas.”

 

Caminho do matrimónio

É a oração que Cristo deixou para a sua esposa, a Igreja, por isso tem tudo a ver com o casamento.

Ensina-nos a reconhecer que Deus é o centro da nossa vida matrimonial e familiar. Também nos ensina a procurar a Sua vontade e não a nossa própria. Ensina-nos a dar e a pedir o alimento de cada dia, especialmente o alimento da alma para poder dar amor. Ensina-nos também a pedir perdão e a que nos perdoemos entre esposos. Ensina-nos ainda a, juntos, fazer um esforço para não cair nas tentações que rompem a nossa comunhão.

 

Transposição para a vida matrimonial

Estela: Edwin, como é que a tua mãe pôde dizer ontem, à frente de todos, que eu nunca levo nada quando ela nos convida para almoçar? Tu sabes que isso não é verdade. Não lhe posso perdoar isso.

Edwin: Percebo que te caia mal. Às vezes, porque já não pode falar comigo como falava antes, os ciúmes fazem com que diga as coisas com raiva.

Estela: Então tu estás do lado dela?

Edwin: Não, Estela. Eu quero estar sempre ao teu lado. Mas não a perdoar não te vai ajudar. Mostra o teu perdão à minha mãe e Deus há de te recompensar com o Seu perdão. A minha mãe também começará a mudar com isso.

Estela: Obrigada, Senhor, por me dares esta ajuda. Sem ele, eu nunca chegaria a Ti.

 

Mãe,

Damos Graças porque nos ensinas a agir com misericórdia e perdão, como viveste com aqueles que condenaram o Teu Filho. Louvado seja Deus para sempre.


Mistério oculto. Evangelho segundo São Mateus 6,1-6.16-18

Evangelho do dia

Leitura do Santo Evangelho segundo São Mateus 6,1-6.16-18

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Tende cuidado em não praticar as vossas boas obras diante dos homens, para serdes vistos por eles. Aliás, não tereis nenhuma recompensa do vosso Pai que está nos Céus. Assim, quando deres esmola, não toques a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas, nas sinagogas e nas ruas, para serem louvados pelos homens. Em verdade vos digo: já receberam a sua recompensa. Quando deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita, para que a tua esmola fique em segredo; e teu Pai, que vê o que está oculto, te dará a recompensa. Quando rezardes, não sejais como os hipócritas, porque eles gostam de orar de pé, nas sinagogas e nas esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo: já receberam a sua recompensa. Tu, porém, quando rezares, entra no teu quarto, fecha a porta e ora a teu Pai em segredo; e teu Pai, que vê o que está oculto, te dará a recompensa. Quando jejuardes, não tomeis um ar sombrio, como os hipócritas, que desfiguram o rosto, para mostrarem aos homens que jejuam. Em verdade vos digo: já receberam a sua recompensa. Tu, porém, quando jejuares, perfuma a cabeça e lava o rosto, para que os homens não percebam que jejuas, mas apenas o teu Pai, que está presente no que é oculto; e teu Pai, que vê o que está oculto, te dará a recompensa»

 

Mistério oculto

Senhor, hoje dizes que a minha luta está escondida, está dentro de mim, está no meu coração. E é aí que Tu queres fazer a Tua Obra.

A obra de Deus é impercetível aos olhos humanos, só Deus Pai, que vê no oculto, a pode ver.

É por isso que, de cada vez que acolho o meu marido/ a minha mulher quando é desagradável comigo, Tu fazes crescer em mim a mansidão.

E cada vez que me entrego e lhe sirvo o pequeno-almoço quando não me apetece, fazes crescer no meu coração o dom do serviço.

E nesta entrega e acolhimento entre nós, o meu coração e o coração do meu marido/ da minha mulher configuram-se com o Teu. Pouco a pouco, no lugar escondido, Tu fazes a Tua Obra. Os dois corações fundem-se no Teu e, depois, através do sacramento do matrimónio, Tu estás presente e tornas possível a Comunhão entre nós.

Que grande mistério! Um Deus todo-poderoso que age no pequeno e no escondido!

 

Transposição para a vida matrimonial

Maria: Hoje estou cansada, para ser sincera, mas o Sérgio chega muito tarde e tenho a certeza de que vai querer jantar quando chegar a casa, por isso vou fazer-lhe qualquer coisa.

Sérgio: Olá Maria, já estou em casa, porque é que a casa toda cheira a comida? Já te disse mil vezes para ligares o exaustor, porque a casa toda está com um cheiro horrível…

(Maria lembra-se então do Evangelho da manhã, que a obra do Senhor está nas coisas escondidas, e em acolher o seu marido no seu coração).

Maria: Sim, tens razão, sabes que eu sou muito distraída e não reparo…

(Sérgio continua pensativo… e no seu íntimo pensa que Maria está a preparar o jantar, depois de todo o trabalho do dia, e não lhe diz nada quando ele a censura por causa do exaustor).

Sérgio: Maria, há anos ter-me-ias atirado à cara que cheguei tarde, que tinhas sido tu a fazer o jantar e que ainda te censurava por não teres ligado o exaustor… Mudaste tanto desde que começaste a rezar!

Maria: Sim, Sérgio, hoje na oração o Senhor mostrou-me que a luta está no meu coração, onde não se vê.

Sérgio: Pois eu também quero ouvir o Senhor como tu o ouves. O que achas de me dares uma ajuda para me tornar mais perseverante na oração, como tu?

Maria: Claro que sim, querido, nada me agradaria mais do que irmos rezar juntos.

(E, passado algum tempo, o Senhor estava a fazer a sua obra neles e nos seus filhos).

 

Mãe,

Obrigado por nos tomares pela mão e nos ires mostrando o Mistério escondido em Deus. Ajuda-nos a penetrar mais neste Mistério a cada dia, para podermos estar com Ele e n’Ele, como Tu fazes, Mãe. Somos todos teus!

Plenitude. Comentário para os Esposos: São Mateus 5, 43-48

Evangelho do dia
Leitura do Santo Evangelho segundo São Mateus 5, 43-48
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Ouvistes que foi dito: ‘Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo’. Eu, porém, digo-vos: Amai os vossos inimigos e orai por aqueles que vos perseguem, para serdes filhos do vosso Pai que está nos Céus; pois Ele faz nascer o sol sobre bons e maus e chover sobre justos e injustos. Se amardes aqueles que vos amam, que recompensa tereis? Não fazem a mesma coisa os publicanos? E se saudardes apenas os vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Não o fazem também os pagãos? Portanto, sede perfeitos, como o vosso Pai celeste é perfeito».

Plenitude

Senhor, vieste para dar a plenitude. Plenitude à lei, plenitude ao casamento, plenitude ao amor, plenitude à vida. E a plenitude está em amar como Tu amas, fazendo sempre a vontade do Pai. Assim nos ensinas a ser filhos.
Mas qual é a vontade do Pai para o meu casamento? É que eu ame sempre o meu marido/mulher, independentemente de como se encontre, de como responda; com o Teu mesmo Amor, um amor que se entrega até ao extremo, um amor perfeito. Senhor, com a Tua graça, onde não houver amor, que eu ponha amor, onde não houver alegria, que eu ponha alegria, onde não houver esperança, que eu ponha esperança. Porque conTigo tudo podemos e, sem Ti, nada somos.

Transposição para a vida matrimonial

(Durante a oração conjugal).
Carmo: Luís, peço-te perdão porque às vezes não sei amar-te, não sou a tua ajuda adequada quando estás irritado e não vejo como também tu precisas de apoio, mas olho para mim, para o que tenho de suportar…
Sei que não é isso que queres de mim, Senhor. Dá-me a Tua graça para amar sempre, em todas as circunstâncias.
Luís: Carmo, não te preocupes, eu perdoo-te. Sei que às vezes sou difícil, porque confio pouco em Nosso Senhor e o peso da vida afunda-me.
Senhor, ajuda-me a confiar em Ti, sei que és o meu Pai e que a nossa vida está nas Tuas mãos, que tudo é para o nosso bem, mas às vezes duvido. Perdoa-me, Senhor, perdoa-me também, minha querida mulher. Somos realmente frágeis!

Mãe,

Dá-nos um coração compassivo e a alegria de saber que somos cuidados e sustentados por Ti. Louvado seja Deus que nos ama sempre.


Dai-lhes também a eles. Comentário para os Esposos: São Mateus 5, 38-42

Evangelho do dia

Leitura do Santo Evangelho segundo São Mateus 5, 38-42

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Ouvistes que foi dito aos antigos: ‘Olho por olho e dente por dente’. Eu, porém, digo-vos: Não resistais ao homem mau. Mas se alguém te bater na face direita, oferece-lhe também a esquerda. Se alguém quiser levar-te ao tribunal, para ficar com a tua túnica, deixa-lhe também o manto. Se alguém te obrigar a acompanhá-lo durante uma milha, acompanha-o durante duas. Dá a quem te pedir e não voltes as costas a quem te pede emprestado».

 

Dai-lhes também a eles

“Se quiserem tirar-te a túnica, deixa-lhe também o manto. Se alguém te obrigar a acompanhá-lo durante uma milha, acompanha-o durante duas”. Senhor, durante tantos anos não compreendi este Evangelho! E agora olho para Ti na Cruz e vejo que isso é o amor, a entrega até ao extremo, sem condições prévias, tudo por amor, tudo. A razão humana não o entende, mas é a verdade, porque Tu, o Criador, o Todo-Poderoso, criaste tudo por amor, criaste-nos por amor e chamas-nos a amar. E neste Evangelho mostras-nos como Tu amas, mostras-nos como é o amor. O amor é dar, o amor é dar-se a si mesmo, o amor é procurar fazer a vontade da pessoa amada porque queremos o melhor para ela. Sem pensar em si mesmo, pensando apenas no outro. É assim que nos amas, é assim que queres que acolhamos o Teu amor e que, cheios do Teu amor, amemos como Tu nos amas.

 

Transposição para a vida matrimonial

Tiago: (saindo da cozinha num sábado de manhã cedo, resmungando) Ela sabia que eu estava ansioso por almoçar com a nossa família hoje, com os nossos filhos, mas tinha que convidar a mãe e o irmão para virem almoçar… Bem, já me estou a deixar enredar pelo diabo. Vou ter com Nosso Senhor. “Senhor, que hei-de fazer? Tu sabes como é bom quando almoçamos juntos em família. (E depois de algum tempo de silêncio, contemplando a entrega de Cristo na Cruz, apercebe-se de que a mulher fez isto com a melhor das intenções, que talvez o irmão precise dele). “Obrigado, Jesus, por me fazeres ver que não se trata de ter razão, mas de amar, de entregar o meu amor-próprio para poder aceitar o Teu amor infinito. Se me pedirem a túnica, que eu dê também o manto. Dói, mas é o caminho, muito mais do que a Ti, Jesus!”

Tiago: (voltando-se para a mulher) Querida, desculpa-me. Quero fazer o que tu achas que é melhor porque quero amar-te mais a cada dia. Queres que vá buscar a tua mãe e o teu irmão para cá virem?

Carmo: Muito obrigada, querido. E peço imensa desculpa por ter dado tudo por garantido sem te consultar. Não é assim que Nossa Senhora teria feito. Queres que esta tarde vamos os dois dar aquele passeio de que gostas? Gosto muito de ti!

Mãe,

Por favor, ilumina-nos e ajuda-nos para que procuremos fazer a vontade de Deus em cada ocasião. Se nos pedirem a túnica, que também possamos dar o manto. Louvado seja Cristo crucificado.