Arquivo diário: 14 Junho, 2025

Nem perjurar, nem jurar. Comentário para os Esposos: São Mateus 5, 27-32

Evangelho do dia

Leitura do Santo Evangelho segundo São Mateus 5, 33-37

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Ouvistes que foi dito aos antigos: ‘Não faltarás ao que tiveres jurado, mas cumprirás diante do Senhor o que juraste’. Mas Eu digo-vos que não jureis em caso algum: nem pelo Céu, que é o trono de Deus; nem pela terra, que é o escabelo dos seus pés; nem por Jerusalém, que é a cidade do grande Rei. Também não jures pela tua cabeça, porque não podes fazer branco ou preto um só cabelo. A vossa linguagem deve ser: ‘Sim, sim; não, não’. O que passa disto vem do Maligno».

 

Nem perjurar, nem jurar

Jesus apela à autenticidade: “A vossa linguagem deve ser: ‘Sim, sim; não, não’.”

Os juramentos não devem ser uma garantia de veracidade, porque o verdadeiro discípulo de Cristo deve viver de forma a que a sua palavra seja sempre fiável.

No matrimónio não há lugar para manipulações ou meias verdades, mesmo que sejam feitas com a intenção de evitar conflitos… não existe a “mentira piedosa”, que só pode ser conseguida através do maligno, o príncipe da mentira.

A aliança que nós, esposos, fazemos implica integridade, veracidade, coerência no falar e no viver, o que nos deve levar a reconhecermo-nos perante o nosso marido/mulher com humildade e sinceridade. Por vezes será incómodo dizer a verdade, por vezes será difícil pedir perdão, mas só assim – com um coração aberto e uma palavra honesta – é que o amor cresce.

 

Transposição para a vida matrimonial

Íris: Não suporto as tuas mentiras!

Alexandre: És uma exagerada. Eu não te minto, o que acontece é que, para não te aborrecer, há alturas em que não te conto tudo.

Íris: Pois é exatamente isso o que eu não suporto. Ainda por cima, pensas que estás a fazer isso por mim. Um Padre disse-me uma vez que qualquer mentira é uma concessão ao príncipe da mentira, ao demónio, e desde então tento sempre ir primeiro com a verdade por diante. Mas, Alexandre, admite-me que entre nós isto deveria ser levado ao extremo: como posso confiar em ti se há alturas em que “não me contas tudo”, como tu dizes?

Alexandre: A verdade é que não tinha pensado nisso dessa forma. Tens razão. Garanto-te que, a partir de agora, vou tentar contar-te tudo, mesmo que haja coisas que me sejam difíceis.

Íris: Agradeço-te, Alexandre. Talvez eu tenha sido um pouco exagerada, mas o Evangelho já nos diz que a nossa linguagem deve ser “sim, sim”; “não, não”: que o que acontece a partir daí vem do Maligno.

Alexandre: Não, tu deixaste-me bem claro, não quero ter nada a ver com o Maligno. Repugna-me a simples menção do seu nome, por isso, obrigado por me teres posto as coisas de forma tão clara.

 

Mãe,

Dá-me a graça de dar sempre um testemunho coerente e verdadeiro, e nunca cair na armadilha da mentira. Louvado seja o que é a Verdade.