Evangelho do dia
Leitura do Santo Evangelho segundo São Lucas 15, 3-7
Naquele tempo, disse Jesus aos fariseus e aos escribas a seguinte parábola: «Quem de vós, que possua cem ovelhas e tenha perdido uma delas, não deixa as outras noventa e nove no deserto, para ir à procura da que anda perdida, até a encontrar? Quando a encontra, põe-na alegremente aos ombros e, ao chegar a casa, chama os amigos e vizinhos e diz-lhes: ‘Alegrai-vos comigo, porque encontrei a minha ovelha perdida’. Eu vos digo: Assim haverá mais alegria no Céu por um só pecador que se arrependa, do que por noventa e nove justos, que não precisam de arrependimento».
Procuremos o que está perdido
Na vida conjugal, também há “ovelhas perdidas”. Por vezes, não se trata de grandes faltas, mas de momentos em que um dos esposos está “desligado” do outro porque se sentiu magoado ou incompreendido por ele e refugiou-se no seu “eu”, sentindo-se vítima do outro.
Esta parábola do Bom Pastor convida-nos, a nós, esposos, a sair sempre do nosso orgulho e egoísmo, e a ir ao encontro daquele que está “desligado” e não sabe ou não vê como voltar…
O Senhor pede-nos que construamos sempre pontes, que procuremos sempre a comunhão, que não nos cansemos de perdoar incondicionalmente e de pedir perdão.
Quando agimos assim, quando o vínculo é restabelecido, quando as feridas são reconciliadas e os olhares se reencontram… há também festa no Céu. Porque não há maior alegria do que o amor regressar a casa depois de se ter perdido.
Transposição para a vida matrimonial:
Paloma: (entrando em casa muito nervosa depois de um dia de trabalho duro) Afonso, fizeste o que te pedi?
Afonso: Desculpa, querida, hoje não tive um segundo.
Paloma: É sempre a mesma coisa, nunca tens tempo para o que te peço; de certeza que tiveste tempo para ir ver a tua mãe e fazer as tuas coisas. Estou mesmo farta. És mesmo um grande egoísta. (Paloma bate com a porta e fecha-se no quarto)
Afonso: (vendo que a mulher está nervosa, reza para dentro) Senhor, ajuda-me a ver a Paloma com os teus olhos. Ajuda-me a compreendê-la e, sem a julgar, a saber que quando ela menos merece, como agora, é quando mais precisa de mim; dá-me forças para a socorrer.
Afonso: (deixa um tempo razoável e vai até à porta do seu quarto) Querida, perdoa-me, sabes que sou um pouco despistado, que me organizo muito mal e, por isso, não tive tempo de fazer o que me pediste, mas garanto-te que amanhã o farei sem falta.
Paloma: (saindo da sala) Bem, perdoa-me. Tenho andado muito nervosa e descarreguei em ti. Não sabes o quanto me ajuda que, quando nem eu me aguento, em vez de te chateares, sejas compreensivo e venhas em meu auxílio.
Afonso: Esta é a minha “Palomita”.
Paloma: Há vários dias que não fazemos a oração conjugal e isso nota-se logo. Esta noite, sem falta, retomaremos a nossa oração. Achas bem?
Afonso: Claro que sim. Muito obrigado por me lembrares.
Mãe,

