Arquivo mensal: Agosto 2025

Deixar-se abençoar por Jesus. Comentário para os esposos: Lucas 1,39-56

Evangelho do dia 
Leitura do Santo Evangelho segundo São Lucas 1,39-56

Naquele tempo, apresentaram umas crianças a Jesus, para que lhes impusesse as mãos e orasse sobre elas. Mas os discípulos afastavam-nas. Então Jesus disse: «Deixai que as crianças se aproximem de Mim; não as estorveis. Dos que são como elas é o reino dos Céus». A seguir, impôs as mãos sobre as crianças e partiu dali.

 

Deixar-se abençoar por Jesus.
Neste Evangelho vemos como, provavelmente, uns pais ou avós, levam umas crianças até Jesus para que Ele as abençoe e, apesar das reticências dos discípulos, Jesus impõe-lhes as Suas mãos e abençoa-as. Que importante é aproximar-se e apresentar-se diante de Jesus para pedir a Sua bênção!
Mas… como é que me aproximo do Senhor? Com a minha autossuficiência, com a minha lógica humana? Ou com a confiança de uma criança, de um filho pequenino que sabe que precisa do seu Pai? E apresento cada dia o meu marido / a minha mulher a Jesus para que o abençoe? Ou, como os discípulos, repreendo-o e impeço-o de se aproximar porque o(a) vejo “sujo(a)” com os seus pecados, ou indigno(a) por me ter magoado?
Jesus deixa bem claro que a Sua lógica é diferente da nossa. Ele olha para o íntimo e vê a disposição do coração; abençoa as crianças que, simples, dóceis e confiantes, se aproximam d’Ele. E — que surpresa! — o Senhor diz aos discípulos que é precisamente dos que são como crianças que é o Reino dos Céus. Assim, se me fizer como uma criança, se me reconhecer necessitado, se depositar toda a minha confiança em Deus, meu Pai, e acreditar que aquilo que Ele me pede é realmente o melhor plano que posso ter, então posso já viver o Reino dos Céus!

Não nos esqueçamos de agradecer a Deus por aqueles que nos aproximaram do Senhor e não deixemos de apresentar Jesus àqueles que ainda não O conhecem — especialmente aos que temos mais perto.

 

Transposição para a vida Matrimonial:
Rafa: Olá, Maria, já estou em casa.
Maria: Olá, Rafa. Como correu o voo?
Rafa: Uff… Desta vez tive medo. Houve imensa turbulência, tanto que até rezei. E tu sabes como eu acredito pouco em rezas… Mas sabes o que mais me surpreendeu?
Maria: Não… O quê?
Rafa: Uma criança que estava completamente tranquila enquanto todos nós tremíamos. E quando lhe perguntaram se não tinha medo, respondeu que não, porque o pai dele é que estava a pilotar o avião. Que grande confiança que ele tinha no pai!
Maria: Não é para menos. Era o pai dele! Se uma criança confia no seu pai terreno porque acredita que ele é o melhor, que tudo pode, e que, como o ama, lhe vai dar o melhor… então tornar-se como uma criança é isso mesmo em relação a Deus, nosso Pai. E como Ele nos ama a cada um, e tudo sabe, e tudo pode… achas que nos vai dar algo mau? Ter essa fé n’Ele, nos Seus desígnios, acreditar que Ele nos dá sempre o melhor — mesmo quando não o entendemos — isso é fazer-se como uma criança diante de Deus.
Rafa: Que reflexão tão bonita. Maria, podes ajudar-me a aproximar-me mais do Senhor? Sabes que não tenho a tua fé, mas gostava de a ter.
Maria: Claro que sim, Rafa. Que alegria! O que achas de fazermos aquele retiro para casais do Projeto Amor Conjugal, de que os nossos amigos falaram tão bem? Acho que seria um bom começo…
Rafa: E porque não? Confio em ti, e neles. Mal não nos vai fazer. E se ainda por cima nos ajuda e nos aproxima do Senhor…

Maria: És o maior. Amo-te.

 

Mãe,

Leva-nos pela tua mão e, tal como apresentaste o teu Filho no templo, apresenta-nos cada dia a Jesus para que Ele nos abençoe. Bendita sejas, Mãe! Louvado seja o Senhor!

A grandeza do Senhor. Comentário para os Esposos: LC 1, 39-56

Evangelho do dia 

Leitura do Santo Evangelho segundo São Lucas 1,39-56
Por aqueles dias, Maria pôs-se a caminho e dirigiu-se à pressa para a montanha, a uma cidade da Judeia. Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino saltou-lhe de alegria no seio e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. Então, erguendo a voz, exclamou: «Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. E donde me é dado que venha ter comigo a mãe do meu Senhor? Pois, logo que chegou aos meus ouvidos a tua saudação, o menino saltou de alegria no meu seio. Feliz de ti que acreditaste, porque se vai cumprir tudo o que te foi dito da parte do Senhor.»
Maria disse, então:
«A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador.
Porque pôs os olhos na humildade da sua serva.
De hoje em diante, me chamarão bem-aventurada todas as gerações.
O Todo-poderoso fez em mim maravilhas.
Santo é o seu nome.
A sua misericórdia se estende de geração em geração sobre aqueles que o temem.
Manifestou o poder do seu braço e dispersou os soberbos.
Derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes.
Aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias.
Acolheu a Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia, como tinha prometido a nossos pais, a Abraão e à sua descendência, para sempre.»
Maria ficou com Isabel cerca de três meses. Depois regressou a sua casa.

A grandeza do Senhor.

“Santo, santo, santo é o Senhor Deus Todo-Poderoso, Aquele que era, que é e que há de vir” (Apocalipse 4, 8). É impressionante que o próprio Deus Todo-Poderoso tenha sido o fruto bendito do ventre de Maria, sua humilde serva. É preciso descalçar-se diante deste enorme mistério que nos ultrapassa completamente. E que tudo tenha sido feito, e continue a ser feito, por Amor — um Amor infinito que escapa à nossa compreensão. Por Amor a ti, por Amor a mim, por Amor a todos, por Amor a cada um… e este pequenino, este Deus que me Ama ao ponto de se fazer Menino, ao ponto de morrer por mim, por ti, que nos espera todos os dias na Eucaristia, no Sacrário. Vamos continuar a fazê-Lo esperar? Vamos, esposos! Caminhemos apressadamente ao Seu encontro — Ele tornar-nos-á um só. E ali, sempre ao Seu lado, está Nossa Mãe a proclamar a grandeza do Seu Filho.

Transposição para a vida Matrimonial:

Raul: Laura, hoje é um dia maravilhoso da Nossa Mãe. A minha alma estremece ao imaginar como Ela foi recebida no Céu no momento da Sua Assunção. Que grande festa! Consegues imaginar o Seu sorriso ao ver o Seu Filho?
Laura: Nunca tinha parado para pensar nisso… deve ter sido absolutamente extraordinário… que abraço eles devem ter dado. Que bonito! Muito obrigada por partilhares isso comigo, custa-me ter a tua sensibilidade perante os mistérios de Maria. Agradeço tanto ao Senhor por te ter escolhido desde toda a eternidade para seres a minha Ajuda Adequada. Gosto imenso de ti, Raul!
Raul: Eu também gosto imenso de ti, Laura. O que achas de organizarmos um Terço hoje com o nosso grupo de catequese? Sei que estamos de férias e cada um está num sítio diferente, mas podíamos fazê-lo online e convidar quem puder a juntar-se. É uma forma de os envolvermos na importância deste dia, que pode passar despercebido no meio das férias de Verão.
Laura: Acho uma ideia maravilhosa. Vai ser ótimo vê-los, perguntar como estão a viver estes dias e incentivá-los a continuar a rezar e a aproximarem-se dos sacramentos. Vou já começar a convocá-los!

Mãe,

Com a tua prima Santa Isabel, hoje também te dizemos: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!” Quem somos nós para que nos tenhas escolhido para esta missão? Humildes servos da Serva — é isso que aspiramos ser. Louvado seja o Santíssimo Sacramento do altar!

Perdoar sem condições. Comentario para os esposos: Mateus 18,21, 19-1

Evangelho do dia

Leitura do Santo Evangelho segundo São Mateus 18,21, 19-1
Então, Pedro aproximou-se e perguntou-lhe: «Senhor, se o meu irmão me ofender, quantas vezes lhe deverei perdoar? Até sete vezes?
Jesus respondeu: «Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete.Por isso, o Reino do Céu é comparável a um rei que quis ajustar contas com os seus servos.Logo ao princípio, trouxeram-lhe um que lhe devia dez mil talentos.Não tendo com que pagar, o senhor ordenou que fosse vendido com a mulher, os filhos e todos os seus bens, a fim de pagar a dívida.O servo lançou-se, então, aos seus pés, dizendo: ‘Concede-me um prazo e tudo te pagarei.’Levado pela compaixão, o senhor daquele servo mandou-o em liberdade e perdoou-lhe a dívida.Ao sair, o servo encontrou um dos seus companheiros que lhe devia cem denários. Segurando-o, apertou-lhe o pescoço e sufocava-o, dizendo: ‘Paga o que me deves!’O seu companheiro caiu a seus pés, suplicando: ‘Concede-me um prazo que eu te pagarei.’Mas ele não concordou e mandou-o prender, até que pagasse tudo quanto lhe devia.Ao verem o que tinha acontecido, os outros companheiros, contristados, foram contá-lo ao seu senhor.Então o senhor mandou-o chamar e disse-lhe: ‘Servo mau, perdoei-te tudo o que me devias, porque assim mo suplicaste;não devias também ter piedade do teu companheiro, como eu tive de ti?’E o senhor, indignado, entregou-o aos verdugos até que pagasse tudo o que devia.
Assim procederá convosco meu Pai celeste, se cada um de vós não perdoar ao seu irmão do íntimo do coração.»
Quando acabou de dizer estas palavras, Jesus partiu da Galileia e veio para a região da Judeia, na outra margem do Jordão.

Perdoar sem condições
Quão importante e necessário é o perdão — mais ainda, quanto nos ajuda a sermos melhores e, sobretudo, a amarmo-nos muito mais. Poderíamos dizer que o perdão é um dos maiores dons que Jesus nos concedeu. Ele perdoa-nos tudo, seja o que for, e acima de tudo, esquece. Deveríamos associar o perdão ao esquecimento, pois quando perdoamos mas não esquecemos, estamos a condicionar o dom que o Senhor nos deu — e Ele nunca impõe condições para nos perdoar. Ama-nos e perdoa-nos.
Mas como nos custa perdoar, por pensarmos mais em nós próprios do que em quem nos ofende. E, acima de tudo, como nos custa por vezes perdoar quem nos é mais próximo, até mesmo quem mais amamos — o nosso cônjuge. E temos de perdoar sempre, de coração.
Para esclarecer melhor, vamos dividir a palavra “perdão”: PER-DÃO. Um dos significados do prefixo PER é intensidade ou duração, e também expressa totalidade. DÃO(DOM) é um presente, uma graça especial ou uma habilidade para fazer algo — um bem sobrenatural que recebemos de Deus. Ao unir o PER ao DÃO (DOM), estamos a intensificar a graça que recebemos. E não há maior presente do que o amor. Por isso, ao perdoar de coração, demonstramos um amor maior por quem perdoamos, amando-o acima do mal que nos possa ter causado.

Além disso, temos o sacramento da confissão, ao qual podemos sempre recorrer para pedir perdão, receber a graça e reconhecer a importância de perdoar de coração.

 

Transposição para a vida matrimonial:

Lurdes: João, voltaste a deixar as tuas ferramentas espalhadas, como sempre! Isto não pode continuar!
João: Espera um momento, já vou arrumar tudo.
Lurdes: Lá vem o mesmo de sempre: “espera que já vou”. E depois tenho de repetir-te várias vezes. Não me ajudas nada a manter a ordem cá em casa.
João: Estás sempre com a mesma conversa, mas não é razão para fazeres esse drama por duas coisinhas que deixo fora do lugar de vez em quando. Perdoa-me, vou tentar que não volte a acontecer.
Lurdes: Achas que com um simples “perdoa-me” já está resolvido? É preciso mais do que isso. Sinto que não me ajudas naquilo que realmente preciso.
João: Não me perdoas nem uma! Olha como deixas os nossos filhos terem as coisas espalhadas e não lhes dizes nada, mas comigo, ao mínimo, já estás a chamar-me à atenção.
Lurdes: Pois claro, agora vais defender-te e  a culpa ainda vai ser minha.
João: Pronto, já deixo tudo arrumado para que a senhora fique satisfeita. Há momentos em que não te entendo.
(Algumas horas depois, durante a oração conjugal)

Lurdes: Obrigada, Senhor, pelo meu marido, por tudo o que faz por mim e por estar sempre atento a mim. Perdoa-me pela minha falta de paciência e por parecer que não lhe perdoo nada. Às vezes dou mais importância ao que ele deixa de fazer do que a ele próprio. Ajuda-me a amá-lo com os seus pequenos defeitos e a perdoá-lo sempre.
João: Obrigado, Senhor, pelo dom da minha mulher, que faz tudo para que eu seja melhor a cada dia. Perdoa-me por não dar atenção às pequenas coisas que sei que ela não gosta e que deixo para a última hora sem lhes dar importância. Também por estar sempre a arranjar desculpas e a defender-me quando ela me chama à atenção por algo que não me apetece fazer. Ajuda-me a estar mais atento a ela, amando-a primeiro naquilo que mais me custa.
Lurdes: Obrigada, João. Que te parece irmos juntos confessar-nos, para purificarmos o nosso coração? Assim deixamos de agir por impulso e será mais fácil ver o que o Senhor quer de nós.
João: Parece-me a melhor opção. Desta vez não tenho desculpa nenhuma, vamos já.

Mãe,

chamas-nos a converter o nosso coração para amar como Teu Filho nos ama, a ensinar-nos e ajudar-nos a perdoar de coração para estarmos cada vez mais próximos d’Ele. Bendito seja o Senhor.


Por amor a ti, ou por amor a mim? Comentario para os esposos: Mateus 18, 15-20

Evangelho do dia

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Se o teu irmão te ofender, vai ter com ele e repreende-o a sós. Se te escutar, terás ganho o teu irmão. Se não te escutar, toma contigo mais uma ou duas pessoas, para que toda a questão fique resolvida pela palavra de duas ou três testemunhas. Mas se ele não lhes der ouvidos, comunica o caso à Igreja; e se também não der ouvidos à Igreja, considera-o como um pagão ou um publicano. Em verdade vos digo: Tudo o que ligardes na terra será ligado no Céu; e tudo o que desligardes na terra será desligado no Céu. Digo-vos ainda: Se dois de vós se unirem na terra para pedirem qualquer coisa, ser-lhes-á concedida por meu Pai que está nos Céus. Na verdade, onde estão dois ou três reunidos em meu nome, Eu estou no meio deles».

Por amor a ti, ou por amor a mim?

Como Jesus é delicado, como é cuidadoso com a cada alma.

Não é fácil corrigir, e ainda menos deixar-se corrigir. É por isso que Jesus nos ensina a fazê-lo.

O mundo tenta-nos a julgar de longe, a julgar facilmente à distância, a calar com ressentimento ou a explodir com dureza. Jesus, pelo contrário, ensina-nos a corrigir com doçura, com proximidade, com oração, com paciência…

Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein) dizia que não há verdade sem caridade, nem caridade sem verdade, realidade que se reflecte plenamente no Coração justo e misericordioso de Jesus.

Sem amor, a verdade pode ferir e separar; sem verdade, o amor pode tornar-se falso ou permissivo. Verdade e Amor estão inseparavelmente unidos em Jesus. É assim, também, que nós devemos corrigir os nossos irmãos e muito especialmente o nosso marido / nossa mulher, porque pelo nosso sacramento somos a sua ajuda adequada e ministros da graça de Deus para ele.

Os esposos cristãos administram a graça de Deus um ao outro, mesmo naquilo que é difícil de aceitar. Corrigir, rezar e oferecer um pelo outro é amar verdadeiramente.

Senhor, hoje contemplamos o teu Coração, que vai sempre ao nosso encontro, com ternura, com doçura, para nos salvar, para nos curar e para nos levar até Ti. Dá-nos um coração como o teu e obrigado pela tua infinita misericórdia.

Transposição para a vida matrimonial:

Fernando: Posso falar contigo por um momento?

Andreia: Claro, diz-me.

Fernando: Hoje de manhã fiquei aborrecido por teres demorado tanto tempo a sair. Estávamos com pressa e tu demoraste muito tempo a escolher o que vestir. Acho que devias organizar-te melhor e não perder tanto tempo com isso.

Andreia: Achas mesmo que foi assim tão grave?

Fernando: Acho que devias ser mais prática, acho que isso também é viver em virtude.

Andreia: (depois de um silêncio) Estive a pensar… tens a certeza de que me corrigiste para o meu próprio bem? Ou porque ficas nervoso quando tens de ficar à espera?

Fernando: (pensando) Uff… Acho que tens razão. É verdade, não me apercebi que falei contigo por impaciência, não por amor. Incomoda-me que me faças esperar e disfarcei a minha raiva de virtude.

Andreia: Não te preocupes, é fácil cair nisso… se nos vamos corrigir, que seja para nos aproximarmos de Deus, não para ajustar o outro ao nosso gosto. Porque, caso contrário, tudo o que fazemos é controlar e não amar, não achas?

Fernando: Obrigado por me ajudares a ver isso. Quero que as minhas correcções nasçam do amor e que receba as tuas como um presente para a minha alma. Ajuda-me a aprender a fazer isto.

Mãe,

O Coração justo e misericordioso de Jesus é o nosso modelo. Conduz-nos a Ele! Não nos deixes escapar da tua mão. Bendita sejas!


Faz-te pequeno. Comentário para os Esposos: Mateus 18, 1-5

Leitura do Santo Evangelho Segundo São Mateus 18, 1-5

Naquela hora, os discípulos aproximaram-se de Jesus e perguntaram-Lhe: «Quem é o maior no reino dos Céus?». Jesus chamou uma criança, colocou-a no meio deles e disse-lhes: «Em verdade vos digo: Se não vos converterdes e não vos tornardes como as crianças, não entrareis no reino dos Céus. Quem for humilde como esta criança, esse será o maior no reino dos Céus. E quem acolher em meu nome uma criança como esta, acolhe-Me a Mim. Vede bem. Não desprezeis um só destes pequeninos. Eu vos digo que os seus Anjos veem constantemente o rosto de meu Pai que está nos Céus. Jesus disse ainda: «Que vos parece? Se um homem tiver cem ovelhas e uma delas se tresmalhar, não deixará as noventa e nove nos montes para ir procurar a que anda tresmalhada? E se chegar a encontrá-la, em verdade vos digo que se alegra mais por causa dela do que pelas noventa e nove que não se tresmalharam. Assim também, não é da vontade de meu Pai que está nos Céus que se perca um só destes pequeninos».

 

Faz-te pequeno

A palavra de Deus é tão rica que podemos sempre contemplar uma infinidade de ensinamentos nela, mas, nesta ocasião, concentremo-nos na indicação de Jesus de nos tornarmos como crianças. Afinal… O que quereria o Senhor dizer ao pedir-nos que nos tornássemos pequenos? Faltam-nos muitas outras razões, mas aqui estão algumas: as crianças sabem que são pequenas, são humildes, não contam com as suas forças, mas com as do seu pai, sabem que onde elas não chegam, o seu pai chega. As crianças não se preocupam, não se angustiam, dormem tranquilas e confiantes, sabem que o pai lhes dará tudo. Os pequenos amam o seu pai e sabem que são amados por ele, e isso é o descanso dos seus corações. Os pequenos pedem sem se cansar, não suspeitam do amor do Pai: se o pai faz isso, é por alguma razão. Jesus pede-nos esta atitude para entrarmos no Reino dos Céus: abandono, humildade, confiança e amor. Deixa Deus ser Pai, tornando-te pequeno.

Transposição para a vida matrimonial

Carlota: Xavier,  dentro de um ano o meu contrato na empresa termina e acho que não vão continuar a contar comigo. Já ouvi alguns comentários e não te disse nada. Agora nem consigo dormir.

Xavier: Mas o que estás a dizer, Carlota? Como podes estar assim? Não sabes que temos um Pai no céu que cuida de nós? O que temos a temer? Sabes que nem um fio de cabelo da nossa cabeça cai sem que Ele permita. Por que estás angustiada?

Carlota: Acho que estou a passar por tudo isto sozinha e tenho contado unicamente com minhas próprias forças… fiquei assim…

Xavier: Descansa n’Ele, não te preocupes, coloca tudo nas mãos d’Ele. Confia e peçamos que se faça a vontade d’Ele, que é nosso Pai e sempre quer o melhor para nós. E se fôssemos agora passar um bocado juntos em adoração?

Carlota: Obrigada, querido, precisava mesmo de ouvir isso.

Xavier: Torna-te pequena e confia n’Ele.

Mãe,

Viveste sempre em perfeito abandono ao Pai, mesmo quando não O compreendias. Ajuda-me a ser como Tu, a ter a Tua confiança e a Tua fé. Bendita sejas para sempre!