Arquivo mensal: Agosto 2025

Uma vida digna e pura. Comentário para os esposos: Mateus 22, 1-14

Evangelho do dia
Leitura do Santo Evangelho segundo S. Mateus 22, 1-14
Naquele tempo, Jesus dirigiu-Se de novo aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos do povo e, falando em parábolas, disse-lhes: «O reino dos Céus pode comparar-se a um rei que preparou um banquete nupcial para o seu filho. Mandou os servos chamar os convidados para as bodas, mas eles não quiseram vir. Mandou ainda outros servos, ordenando-lhes: ‘Dizei aos convidados: Preparei o meu banquete, os bois e cevados foram abatidos, tudo está pronto. Vinde às bodas’. Mas eles, sem fazerem caso, foram um para o seu campo e outro para o seu negócio; os outros apoderaram-se dos servos, trataram-nos mal e mataram-nos. O rei ficou muito indignado e enviou os seus exércitos, que acabaram com aqueles assassinos e incendiaram a cidade. Disse então aos servos: ‘O banquete está pronto, mas os convidados não eram dignos. Ide às encruzilhadas dos caminhos e convidai para as bodas todos os que encontrardes’. Então os servos, saindo pelos caminhos, reuniram todos os que encontraram, maus e bons. E a sala do banquete encheu-se de convidados. O rei, quando entrou para ver os convidados, viu um homem que não estava vestido com o traje nupcial e disse-lhe: ‘Amigo, como entraste aqui sem o traje nupcial?’. Mas ele ficou calado. O rei disse então aos servos: ‘Amarrai-lhe os pés e as mãos e lançai-o às trevas exteriores; aí haverá choro e ranger de dentes’. Na verdade, muitos são os chamados, mas poucos os escolhidos».

Uma vida digna e pura

Ao preparar este comentário, vem-nos ao coração outra passagem do evangelho (Jo 14, 2-3), onde Jesus diz aos discípulos — e a nós — que vai preparar-nos um lugar e que voltará para nos levar com Ele, para que onde Ele estiver, estejamos também nós. O Senhor mostra-nos insistentemente o seu desejo de que estejamos com Ele junto do Pai; procura-nos sem cessar. Revela-nos o seu coração cheio de fogo e Amor, e suplica-nos, por meio de Santa Margarida Maria de Alacoque: “Ao menos tu ama-Me. ”A propósito da frase: “Muitos são os chamados, mas poucos os escolhidos”, São João Crisóstomo dizia: “Com estas palavras, o Senhor não pretende desanimar-nos, mas advertir-nos: não basta ter sido chamado e ter entrado, é necessário também permanecer com a veste nupcial, ou seja, com uma vida digna e pura.” (Homilias sobre Mateus, hom. 69, 2)

Transposição para a vida matrimonial

Inácio: Esta nova vida que nos foi revelada pelas catequeses de São João Paulo II, interpretadas numa chave conjugal, não deixa de me surpreender. Quando as leio e rezo, enchem o meu coração de desejos por uma vida melhor. Ajudam-me a ver a vida de outra forma… e a olhar para ti com outros olhos.
Josefa: Sim, é uma maravilha. Como nos mudou e como mudou o nosso casamento! Agora, quando surge alguma suspeita entre nós, já sabemos o que está a acontecer e o que temos de fazer.
Inácio: Sim, vestir o traje de casamento.
Josefa (com ar de estranheza): O traje de casamento? Não percebo…
Inácio: Sim, recuperar a nossa dignidade e pureza de coração. Renovar o desejo de nos entregarmos um ao outro e apoiar-nos na graça.
Josefa: Que susto! Pensei que tinha de vestir o vestido de noiva. A ver como me ficaria… se é que ainda me serve! Ah ah
Inácio: Pois, olha para mim! Ah ah

 
Mãe,

Tu que és a Imaculada Conceição, a criatura mais digna que Deus criou, ajuda-nos a desejar uma vida digna e pura, e a entregarmo-nos totalmente um ao outro, para maior glória do Pai. Bendito seja o teu Filho Jesus, que não cessa de nos procurar.

Com queóculos é que eu olho? Comentario para osesposos: Mateus 20, 1-16

Evangelho do dia

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos a seguinte parábola: «O reino dos Céus pode comparar-se a um proprietário, que saiu muito cedo a contratar trabalhadores para a sua vinha. Ajustou com eles um denário por dia e mandou-os para a sua vinha. Saiu a meia manhã, viu outros que estavam na praça ociosos e disse-lhes: ‘Ide vós também para a minha vinha e dar-vos-ei o que for justo’. E eles foram. Voltou a sair, por volta do meio-dia e pelas três horas da tarde, e fez o mesmo. Saindo ao cair da tarde, encontrou ainda outros que estavam parados e disse-lhes: ‘Porque ficais aqui todo o dia sem trabalhar?’. Eles responderam-lhe: ‘Ninguém nos contratou’. Ele disse-lhes: ‘Ide vós também para a minha vinha’. Ao anoitecer, o dono da vinha disse ao capataz: ‘Chama os trabalhadores e paga-lhes o salário, a começar pelos últimos e a acabar nos primeiros’. Vieram os do entardecer e receberam um denário cada um. Quando vieram os primeiros, julgaram que iam receber mais, mas receberam também um denário cada um. Depois de o terem recebido, começaram a murmurar contra o proprietário, dizendo: ‘Estes últimos trabalharam só uma hora e deste-lhes a mesma paga que a nós, que suportámos o peso do dia e o calor’. Mas o proprietário respondeu a um deles: ‘Amigo, em nada te prejudico. Não foi um denário que ajustaste comigo? Leva o que é teu e segue o teu caminho. Eu quero dar a este último tanto como a ti. Não me será permitido fazer o que quero do que é meu? Ou serão maus os teus olhos porque eu sou bom?’. Assim, os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos».

Com que óculos é que eu olho?

Porque é que Jesus nos conta estas parábolas que nos podem fazer colocar no lugar dos que se queixam, dos que não compreendem? Porque Jesus conhece a tendência que temos para ver as coisas com os nossos critérios humanos, tão “razoáveis”, mas que escondem um olhar cheio de amor-próprio, que não se coloca no lugar do outro. E Ele quer tirar-nos disso, quer ensinar-nos a olhar como Ele olha. Um olhar que não olha para si mesmo, que olha para o bem do outro, que olha para o coração em vez de ficar na superfície.

Os jornaleiros que não tinham trabalho passavam o dia inquietos, sem saber o que iam comer. Os outros já tinham trabalho, sabiam que iam comer nesse dia. E quando foram contratados já tarde, ficaram aliviados ao pensar que iam ter o que comer. Que alegria quando receberam o salário! Por isso os primeiros deviam estar felizes por eles, certo?

É assim que Deus me chama a olhar. Com o seu amor, que não olha para si próprio de forma egoísta, mas que se coloca no lugar do outro e se dá. É esse o caminho da felicidade.

E eu, coloco-me no lugar do meu esposo, olho com os meus óculos egoístas ou ponho os óculos de Deus para o olhar, aqueles que vêem a partir do coração e em direcção ao coração?

Transposição para a vida matrimonial:

Óscar (com ira): Não pode ser, a tua filha está sempre a reponder mal e tu estás sempre a defendê-la!

Elena (pensa): Claro, diz-me.

Fernando: Que feitio terrível! Não pode ser, não pode falar assim! À mínima já salta! Mãe do Céu, o que hei de fazer? Tenho de pôr os óculos de Deus para ver o coração do Óscar. Está a sofrer. E tem razão, embora a forma não seja adequada. Coitado, ele até sabe disso. Quantas vezes, na oração, o oiço da luta que trava contra o seu mau feitio! De maneira que tenho que lhe mostrar o meu apoio à frente da nossa filha, apesar de me custar a sua forma de falar.

Elena: Vá, querido, tens razão. Mas, por favor, não sejas assim. Vou falar com ela porque o que ela fez não está certo. És o melhor marido e o melhor pai do mundo! Estás a conseguir ir dominando esse temperamento e vais ver como vai ser bom quando o tiveres conseguido totalmente.

Óscar: Obrigado, Elena, és uma jóia. Ajudas-me imenso. Mas, por favor, fala com ela. Sei que te custa, mas sabes que temos de o fazer. E ela ouve-te mais a ti d que a mim. Faz isso pelo Senhor e por mim.

Elena: Claro que sim. Tens razão. É difícil para mim, mas vou falar com ela com firmeza, porque não pode ser à maneira dela. Por ti. Pelo Senhor. Gosto muito de ti, minha AA.

Mãe,

Que alegria vermos como, pela Tua mão, este caminho de oração e de sacramentos está a dar frutos. E de mortificação para vencer o meu amor-próprio…. Mil vezes obrigado, Mãe! Louvado seja o Senhor!


Só Deus pode. Comentario para Matrimonios: Mateo 19, 23-30

Leitura do Santo Evangelho segundo São Mateus 19, 23-30

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Em verdade vos digo: Um rico dificilmente entrará no reino dos Céus. É mais fácil passar um camelo pelo fundo duma agulha do que um rico entrar no reino de Deus». Ao ouvirem estas palavras, os discípulos ficaram muito admirados e disseram: «Quem poderá então salvar-se?». Jesus olhou para eles e respondeu: «Aos homens isso é impossível, mas a Deus tudo é possível». Então Pedro tomou a palavra e disse-Lhe: «Nós deixámos tudo para Te seguir. Que recompensa teremos?». Jesus respondeu: «Em verdade vos digo: No mundo renovado, quando o Filho do homem vier sentar-Se no seu trono de glória, também vós que Me seguistes vos sentareis em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel. E todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos ou terras, por causa do meu nome, receberá cem vezes mais e terá como herança a vida eterna. Muitos dos primeiros serão os últimos e muitos dos últimos serão os primeiros».

Só Deus pode.

Quantas vezes já ouvimos dizer que «os primeiros serão os últimos e os últimos serão os primeiros» e colocamos isso em prática? Certamente, em mais de uma ocasião, mas será que também vivemos isso com o nosso cônjuge? Temos a enorme graça de termos sido chamados à vocação do matrimónio e isso é um grande dom, pois, através do nosso cônjuge, vamos-nos purificando e o Senhor pode ir agindo na nossa (ir)racionalidade, nos nossos apegos, no nosso ego… permitindo que sejamos os últimos e deixando para trás essa «riqueza» do nosso orgulho, do nosso eu e, assim, esvaziando-nos de nós mesmos para nos encher d’Ele e para que Ele possa agir em nós e através de nós.

«Todo aquele que por minha causa deixar casa, irmãos ou irmãs, pai ou mãe, mulher, filhos ou terras»; livremo-nos das mochilas que carregamos. Unimo-nos para sermos uma só carne, ou não? Devemos compreender que a nossa prioridade é o nosso cônjuge, ele/ela vem em primeiro lugar e, se ambos estivermos bem, tudo o resto será possível ou muito mais fácil de suportar.

Santa Teresa dizia «só Deus basta» e nós dizemos «só Deus pode», porque com as nossas próprias forças acabamos frustrados e derrotados, mas quando nos abandonamos verdadeiramente ao Senhor, damos testemunho de que tudo é possível!

Transposição para a vida matrimonial

Carmo: Querido, agradeço a Deus por nos ajudar a nos despojarmos de nós mesmos e em vez disso, a pensarmos primeiro um no outro.

Manuel: Sim, dá muita pena ver como um casal que se dá bem acaba sempre a discutir porque cada um quer impor o seu critério, em vez de baixar a cabeça e ver primeiro qual é a vontade do Senhor nessa situação.

Carmo: Sabemos que somos feitos de barro e devemos continuar a rezar juntos porque, a qualquer momento, podemos voltar a cair.

Manuel: O facto de termos os nossos momentos de oração e de fazermos pequenas renúncias diárias ao que me apetece ou ao que acho que seria mais justo, ajuda-nos a continuar no caminho, mas, como dizes, ainda temos muito pela frente.

Carmo: É que para nós é impossível, mas é por isso que devemos continuar a procurá-Lo com alegria e esperança, com a confiança de que Ele faz tudo novo.

Mãe,

Pedimos que nos acompanhes neste caminho de desapego de nós mesmos e que deixemos que a Glória do Senhor actue em nós. Louvado seja o Senhor!


Não ter apegos. Comentario para Matrimonios: Mateus 19, 16-22

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus 19, 16-22

Naquele tempo, aproximou-se de Jesus um jovem, que Lhe perguntou: «Mestre, que hei
de fazer de bom para ter a vida eterna?».
Jesus respondeu-lhe: «Porque Me interrogas sobre o que é bom? Bom é um só. Mas se
queres entrar na vida, guarda os mandamentos». Ele perguntou: «Que
mandamentos?». Jesus respondeu-lhe: «Não matarás, não cometerás adultério; não
furtarás; não levantarás falso testemunho; honra pai e mãe; ama o teu próximo como a
ti mesmo». Disse-lhe o jovem: «Tudo isso tenho eu guardado. Que me falta ainda?».
Jesus respondeu-lhe: «Se queres ser perfeito, vende o que tens e dá-o aos pobres e terás
um tesouro nos Céus. Depois vem e segue-Me». Ao ouvir estas palavras, o jovem
retirou-se entristecido, porque tinha muitos bens.

Não ter apegos

Vamos, primeiro responder a Jesus se estamos a cumprir os mandamentos que têm
a ver com o amor ao meu/minha conjugue.
Na vida conjugal, estes mandamentos são vividos de maneira muito concreta: não
matar implica não ferir com palavras ou atitudes; não cometer adultério implica
fidelidade não só física, mas também emocional e espiritual; honrar implica
respeito mútuo. O cumprimento desses mandamentos não é um fardo, mas a base de
um casamento santo. Mas Jesus não nos pede apenas «cumprir», mas entregar-nos
plenamente um ao outro. O apelo à perfeição no casamento, a «vender tudo», implica uma
doação mútua sem reservas, onde cada um renuncia aos «seus bens» — ao seu egoísmo,
ao seu individualismo, às suas seguranças pessoais — para construir um amor de
comunhão.
Devemos, portanto, desprendermo-nos do que impede a plena unidade. Às vezes, isso
pode ser uma carreira profissional que absorve tudo, relações passadas não
encerradas, hábitos individuais que não são partilhados ou feridas não curadas. O amor
conjugal exige desapego, não só de bens materiais, mas também de tudo o que
impede a entrega total.
Muitas vezes, os casamentos sofrem e estão tristes porque um ou ambos não estão
dispostos a abrir mão dos seus «muitos bens» pessoais. O egoísmo, o orgulho ou o
desejo de controlar podem roubar a alegria.
O jovem rico foi embora triste porque não foi capaz de se entregar. Quantos casamentos
hoje sofrem porque um dos dois, ou ambos, não se entregam totalmente?

Transposição para a vida matrimonial

Inma: Paulo, vejo que estás triste, querido, e não sei o que fazer para evitar isso.

Paulo: Sim. Inma: É sempre a mesma coisa: tu tens que ter sempre razão em tudo e eu
tenho que aguentar e ficar calado, porque, se não, começam as discussões.

Inma: Mas Paulo: isso também não é verdade. Tento fazer as coisas bem e talvez
exagere nas minhas formas, mas realmente tento não impor o meu critério. Se quiseres,
esta noite, na oração, vemos o que o Senhor nos pede e vemos como é o Senhor, para que
nos ilumine nesta situação. À noite, depois de ler e meditar o Evangelho
do jovem rico, os cônjuges fazem a sua oração conjugal

Paulo: percebo, Senhor, que não queres que eu esteja triste. Provavelmente a minha
tristeza vem do meu orgulho, por não aceitar bem os comentários e os pedidos da Inma. Se
eu não estivesse apegado às minhas razões e aos meus critérios, com certeza isso não me
influenciaria negativamente.

Inma: Senhor, dou-Te graças por Paulo. Quando me coloco na Tua presença, vejo
claramente que ele é o presente que me deste para sair de mim mesma, para
renunciar ao meu egoísmo e para me desapegar do meu amor-próprio, que ainda é
muito grande. Ajuda-me, por favor, a pensar sempre no Paulo em primeiro lugar e,
portanto, a renunciar a olhar tanto para mim mesma.

Paulo: agradeço-Te, Senhor, pela Inma e por estas luzes que me comunicaste neste
momento de oração. Peço-Te que me ajudes a libertar-me dos meus apegos para poder
amar Inma como Tu a amas.

Mãe,

Tu não tinhas nenhum apego, apenas Deus.
Ajuda-me e ensina-me a reconhecer onde
estão os meus apegos e a esquecê-los, para que eu possa sempre cumprir a vontade de
Deus. Louvado seja o Senhor!

Servos da Unificação. Comentario para Matrimonios: Lucas 12,49-53

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas 12,49-53

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:

«Eu vim trazer o fogo à terra e que quero Eu senão que ele se acenda? Tenho de receber um batismo e estou ansioso até que ele se realize. Pensais que Eu vim estabelecer a paz na terra? Não. Eu vos digo que vim trazer a divisão. A partir de agora, estarão cinco divididos numa casa: três contra dois e dois contra três. Estarão divididos o pai contra o filho e o filho contra o pai, a mãe contra a filha e a filha contra a mãe, a sogra contra a nora e a nora contra a sogra».

Servos da Unificação.

O pecado divide o meu interior e afeta a minha relação com Deus e com os outros, levando-me a viver superficialmente com o mal. Uma divisão que gera o caos.

Jesus, por outro lado, traz um fogo purificador que revela esta divisão e exige que tomemos partido; A sua mensagem provoca conflito porque não posso amar a Deus e pecar ao mesmo tempo. Ele traz a divisão que restaura.

O engano é acreditar que a luta, em nome de Jesus, é contra o meu marido/mulher, ou contra os meus filhos, ou contra os meus irmãos.

Bento XVI escreveu: “O amor é o fogo que purifica e une a razão, a vontade e o sentimento, que unifica o homem em si mesmo graças à ação unificadora de Deus, de tal modo que se torna servo da unificação dos que estavam divididos: assim, o homem entra na morada de Deus e pode vê-Lo.”

O Seu amor unifica-me e capacita-me para servir a unidade dos que estão divididos, permitindo-me entrar em comunhão com Ele.

Como é bela a nossa vocação de esposos.

 

Transposição para a vida matrimonial

(Óscar chega a casa exausto e esgotado de reuniões importantes para o seu futuro profissional e recebe a repreensão de Ana).

Ana: «Sabes como estou a passar mal e não és capaz de me ligar durante todo o dia e ainda por cima chegas atrasado».

Óscar: «Vou à cozinha buscar-te um copo de água».

(Enquanto vai à cozinha, Óscar sente o sangue ferver).

Óscar: «Meu Deus, faz-me ver a dor da Ana. Não deixes que me concentre na minha. Que o Teu espírito governe os meus pensamentos, os meus sentimentos e o meu olhar. Que sejas Tu quem a consola. Coloco-me ao serviço da Tua filha».

(Volta para a sala e senta-se ao lado da Ana).

Óscar: «Querida, perdoa-me por não ter estado ao teu lado como precisavas. Como estás?»

A Ana reage inicialmente com frieza, mas o Óscar não se defende nem a corrige; ele ouve-a. Finalmente, ela sente-se acolhida e consegue acalmar-se. Ela desabafa e, pouco a pouco, acalma-se até se apoiar no ombro do Óscar em silêncio.

Nesse momento, o Óscar sente como se os seus problemas encolhessem. A sua mente fica clara. Abrem-se-lhe alternativas que não considerava ao entrar em casa. Sente uma paz que lhe permite ver tudo com uma nova perspetiva. Esse abraço com a Ana, esse silêncio partilhado levam-no a intuir a verdade sobre o seu casamento, o seu trabalho e a sua própria vida. Sente uma força que o integra por dentro e o capacita para consolar a Ana e enfrentar os seus medos.

 

Mãe,

Tu que unes os corações divididos, roga por nós. Bendita sejas!