Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Como sucedeu nos dias de Noé, assim será também nos dias do Filho do homem: Comiam e bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca. Então veio o dilúvio, que os fez perecer a todos. Do mesmo modo sucedeu nos dias de Lot: Comiam e bebiam, compravam e vendiam, plantavam e construiam. Mas no dia em que Lot saiu de Sodoma, Deus mandou do céu uma chuva de fogo e enxofre, que os fez perecer a todos. Assim será no dia em que Se manifestar o Filho do homem. Nesse dia, quem estiver no terraço e tiver coisas em casa não desça para as tirar; e quem estiver no campo não volte atrás. Lembrai-vos da mulher de Lot. Quem procurar salvar a vida há de perdê-la e quem a perder há de salvá-la. Eu vos digo que, nessa noite, estarão dois num leito: um será tomado e o outro deixado; estarão duas mulheres a moer juntamente: uma será tomada e a outra deixada». Então os discípulos perguntaram a Jesus: «Senhor, onde será isto?». Ele respondeu-lhes: «Onde estiver o corpo, aí se juntarão os abutres».
Vida desperdiçada?
Hoje, o Senhor diz-nos que é urgente a nossa conversão pessoal e conjugal.
Para isso, convida-nos a «perder a vida». E perder a vida é entregá-la. Entregar os dons que Ele me deu, e entregá-los sem medida, àqueles que me rodeiam e especialmente no meu casamento, já que esta é a minha vocação.
Perder a vida é dizer «sim» a cada circunstância que Ele coloca no meu casamento: quando preparo um café para o meu cônjuge, mesmo apesar do cansaço, quando recolho o que o meu cônjuge não recolhe, quando renuncio aos meus critérios para viver uma maior comunhão…
Custa-me? Então estou no bom caminho, a entrega que custa é a que dá mais frutos de comunhão. O nosso olhar é limitado, levantemos os olhos e veremos com um olhar ilimitado, porque o Amor não tem limites, e o Amor sem limites dá frutos de vida eterna: ganha a vida eterna.
Assim nos convida a amar hoje o Senhor, entrega-te até ao extremo. E não olhes para trás.
Transposição para a vida matrimonial:
Rafael: Olá, Teresa! Sabes que recebi o convite para ir à Jornada de início do curso do Projeto Amor Conjugal na nossa diocese.
Teresa: Sim, Rafa, mas com as catequeses e adorações durante o ano é suficiente, não achas?
Rafael: Bem, eu acho que devemos começar o curso, saber o rumo que estamos a seguir como casal e em comunidade, e continuar a aprofundar cada vez mais a nossa vocação.
Teresa: Ufa, acho que isso é demais, já temos muito com que nos preocupar…
Rafael: Bem, querida, como quiseres…
Teresa: (Depois de um tempo e com um tom muito alegre) Rafa, depois de rezar, o Senhor mostrou-me que não há nada mais importante do que aprofundar a nossa vocação, para a qual o Senhor nos criou, mesmo que isso signifique renunciar a outras atividades; então… sim, vamos ao encontro de início do curso.
Obrigada, Rafa, por me fazeres parar e ver qual é a nossa maior prioridade. Obrigada, Senhor, por este marido tão maravilhoso.
Rafael: Querida, obrigado por aceitares o que te digo.
Mãe,
Ajuda-nos a renunciar ao nosso eu e a entregar a nossa vida, dizendo Sim em cada circunstância que vivemos. Bendito e louvado seja o Senhor!

