Evangelho do dia
Leitura do santo evangelho segundo São Mateus 16, 13-23
Tomando-o de parte, Pedro começou a repreendê-lo, dizendo: «Deus te livre, Senhor! Isso nunca te há de acontecer!»Ele, porém, voltando-se, disse a Pedro: «Afasta-te, Satanás! Tu és para mim um estorvo, porque os teus pensamentos não são os de Deus, mas os dos homens!»
A Quem Escuto?
Senhor, hoje, contigo e com Pedro, iluminas-nos para que sejamos conscientes de que não estamos sozinhos. Estamos no meio de uma batalha — ou escutamos a Ti, ao Pai, ao Espírito Santo… ou escutamos Satanás.
Escutamos o Pai, como Pedro, quando olhamos para o Céu, quando pensamos em código de amor, de entrega por amor. Agindo como filhos de Deus, para que, cheios do Seu Amor, entreguemos a vida amando como Ele ama.
Foi isso que fez Cristo, o Filho de Deus, o Messias.
Ou escutamos Satanás quando queremos impor o nosso critério “tão razoável”, a nossa forma de ver as coisas, quando rejeitamos a entrega, o sofrimento, a cruz.
A cruz dói, mas sem cruz não há redenção.
A cruz, abraçada com Cristo, abraçando Cristo, por amor, com o Amor, traz a glória.
A cada momento do dia podemos escolher: seguimos Satanás, seguindo o nosso próprio critério, pensando com razões humanas, rejeitando a cruz.
Ou seguimos Cristo, negamo-nos a nós mesmos, abraçamos essa cruz de cada dia que tanto nos incomoda, e entregamo-nos por amor com Cristo, em Cristo.
Como dizia Santa Teresa:
“Na cruz está a vida e o consolo, e só ela é o caminho para o Céu.”
Ao abraçarmos a cruz de cada dia, abraçamos e consolamos Cristo crucificado.
Vamos desperdiçar essas ocasiões que temos todos os dias para O consolar, para O amar mais?
Transposição para a vida matrimonial:
Gonçalo: Cláudia, estou exausto, não aguento mais. Saltas à mínima e é impressionante como ficas.
Cláudia: Como assim “à mínima”? Voltaste a fazê-lo, ignoras-me, não me levas em consideração!
Gonçalo: És uma exagerada. Não percebes que preciso do meu espaço?
Cláudia: Vai dar uma volta! O teu espaço? Eu sou tua mulher!
(E sai, batendo com a porta)
(20 minutos depois, volta)
Cláudia: Gonçalo, por favor… podemos rezar juntos? Dói-me tanto quando discutimos…
(Em oração, após alguns minutos em silêncio, fazendo presença de Deus)
Cláudia: Senhor, perdoa-me por ter falado mal com o Gonçalo. Ele é meu marido, o maior dom que Tu me deste, a pessoa que colocaste ao meu lado para que eu aprenda a amar — e eu amo-o com toda a minha alma.
Tenho tanta vontade de viver um matrimónio como Tu queres! Mas sei que o caminho não é repreendê-lo, nem reagir assim…Ajuda-me a não me fixar no que é mau, mas a ver apenas o seu enorme coração, esse desejo imenso que ele tem de me amar cada dia mais.
Gonçalo: Senhor, muito obrigado pela Cláudia. Ela dá-me a luz que eu não tenho.
Sabes que a amo profundamente, mas às vezes ajo sem pensar nela, pensando demasiado em mim. Não quero magoá-la, mas não está certo. Por favor, que eu não fique preso ao seu temperamento. Ajuda-me a fazer as coisas por ela, a pensar primeiro nela. Ajuda-me a esquecer-me de mim. Foi isso que Tu fizeste, Senhor. E esse é o caminho para a felicidade — o caminho da entrega, do amor. O caminho para o Céu.
Cláudia, perdoa-me. Amo-te tanto!
Cláudia: Jesus, muito obrigada por este marido maravilhoso que me deste.
Gonçalo, obrigada de coração. És maravilhoso.
Dá-me um abraço enorme!
Mãe,
Mil vezes obrigado por tudo, Senhor. Por favor, ajuda-nos a renunciar a nós mesmos, a abraçar contigo a cruz de cada dia e, assim, seguir o Teu Filho, consolá-Lo e amá-Lo. Louvado seja o Senhor!

