Evangelho do dia
Leitura do Evangelho segundo São Lucas 21, 1-4
Naquele tempo, Jesus levantou os olhos e viu os ricos deitarem na arca do Tesouro as suas ofertas. Viu também uma viúva muito pobre deitar duas pequenas moedas. Então Jesus disse: «Em verdade vos digo: Esta viúva pobre deu mais do que todos os outros. Todos eles deram do que lhes sobrava; mas ela, na sua penúria, ofereceu tudo o que possuía para viver».
Dar tudo
O Senhor nunca olha para a quantidade de moedas dadas, mas sim à intenção com que as mesmas são dadas.
A viúva pobre oferece muito pouco aos olhos do mundo, mas para Deus, o que dá é um dom imenso, porque dá aquilo que tem e não o que lhe sobra. E é exatamente isto que Deus nos pede no nosso casamento: o amor verdadeiro não se mede por grandes gestos ocasionais, mas sim pela entrega diária, humilde e sincera.
Na vida matrimonial, um dos dois pode sentir-se, muitas vezes, como a viúva: com pouco tempo, pouca energia, cansado(a), com preocupações… E, no entanto, quando mesmo assim se oferece ao outro — uma escuta verdadeira, um gesto de ternura, uma palavra de ânimo, um ato de serviço — esse pequeno “donativo” tem um valor enorme. É dar a partir da pobreza, não da abundância.
Também acontece, por vezes, que cada um guarda “reservas”: tempo que não partilha, emoções que não abre, tarefas da casa que deixa para o outro, espaços interiores onde não o deixa entrar… Jesus recorda-nos que o amor conjugal cresce quando aprendemos a dar não apenas aquilo de que podemos abdicar sem esforço, mas também aquilo que valorizamos e que realmente nos custa. Essa entrega torna-se fecunda.
No casamento, como neste Evangelho, os pequenos gestos diários de amor fiel valem mais do que cem demonstrações esporádicas.
Porque o essencial na vida conjugal não está na quantidade, mas na totalidade do coração.
Transposição para a vida matrimonial
Maria: Estava a ler a história da viúva que deu as duas moedinhas… e pensei: “Igualzinha a mim quando chego a casa: com duas gotinhas de energia!”
Xavier: Pois olha, eu recebo essas duas gotinhas como se fossem ouro líquido! Melhor do que um café duplo.
Maria: Não acredites nisso. Às vezes chego tão cansada que o único que te posso dar é um meio sorriso e um “já falamos”. É a minha versão das duas moedinhas.
Xavier: E eu fico felicíssimo! Porque sei que esse meio sorriso já é um investimento a fundo perdido.
Maria: E tu? Porque há dias em que a tua contribuição para o nosso casamento é… digamos… “simbólica”…
Xavier: Olha, olha… As minhas duas moedinhas incluem lavar um prato, dizer-te que estás lindíssima e não me queixar quando vejo a fatura do cartão de crédito… Isso é um amor heroico.
Maria: Então somos como a viúva do Evangelho… mas em versão casamento moderno: dando o pouco que temos.
Xavier: Exato. E com as nossas duas moedinhas diárias ainda acabamos ricos… nem que seja apenas em paciência!
Mãe,
Maria, ensina-nos a oferecer no casamento as nossas “duas moedinhas” de cada dia. Faz da nossa pequena entrega um amor grande e fiel.
Bendito seja Nosso Senhor e a Nossa Mãe.

