Arquivo mensal: Outubro 2025

Partilhando o jugo. Comentario para os Esposos: Mateus 11, 25-30

Evangelho do dia

Leitura do Evangelho segundo São Mateus 11, 25-30

Naquele tempo, Jesus tomou a palavra e disse: «Bendigo-te, ó Pai, Senhor do Céu e da Terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e aos entendidos e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque isso foi do teu agrado.

Tudo me foi entregue por meu Pai; e ninguém conhece o Filho senão o Pai, como ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar.

Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, que Eu hei-de aliviar-vos. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração e encontrareis descanso para o vosso espírito. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.»

Partilhando o jugo.

Obrigado, Senhor, pelas tuas palavras Revelaste estas coisas aos mais pequenos? Claro, ao pensar que sei como é a vida, só me escuto a mim e não te escuto a ti. Senhor, eu não sei mesmo nada, quero ouvir-te.
Estou cansado e sobrecarregado? Muitas vezes. Então o que é que devo fazer? Mais uma vez, não podias ser mais claro. Devo ir ter ao Teu encontro, que Tu aliviar-me-ás. E tomar sobre mim o teu jugo? Claro que, quando tento carregar tudo sozinho, o fardo é demasiado pesado. Mas se eu tomar sobre mim o Teu jugo, Tu o carregas comigo. Se eu tomar o jugo contigo e com o meu “cônjuge” (co-jugo, partilhar o jugo), o fardo será leve, porque os dois  estaremos unidos e unidos a ti.

E que mais? Na mansidão e na humildade. Sabendo que eu não sei nada, que Tu tudo sabes, que Tu tudo podes. Que o meu inimigo é o meu amor-próprio. Que o antídoto é o amor por Ti e pelo meu “esposo” acima de todas as coisas. Não fazer a minha vontade, mas a Tua vontade, a sua vontade.

Obrigado, Senhor. Eu ouço-Te e, com a Tua ajuda, o com o meu “cônjuge” vou à luta.

Transposição para a Vida Matrimonial

Teresa: Carlos, não aguento mais, estou exausta, tenho de fazer tudo sozinha!

Carlos: Querida, por favor, deixa-me ajudar-te.

Teresa: Quem me dera, tenho estado a pedir-te ajuda o dia todo e tu não ligas nenhuma!

Carlos: Desculpa, a sério. Não me tinha apercebido. Mas faz-me um favor, lembra-te do que combinámos. Vamos rezar primeiro.

Teresa: Essa é boa!… (mas deixa que o Espírito a guie) Bem, vamos lá.

(Começam a rezar)

Carlos: Senhor, peço-te perdão. Teresa, peço-te perdão. Senhor, ajuda-me a estar mais atento à minha mulher.

Teresa: Senhor, perdoa-me por estar nervosa. Carlos, perdoa-me. Senhor, contigo posso fazer tudo. Sem ti não posso fazer nada. Ajuda-me a dar-me sem medir. Saber que posso contar com o Carlos, mesmo que às vezes não perceba como é que ele não se apercebe do que eu preciso. Obrigado por me dares esta oportunidade de crescer em mansidão e humildade.

Carlos: Senhor, obrigado por me teres dado a melhor esposa do mundo. Perdoa-me por às vezes me preocupar mais com as minhas coisas do que com ela. Obrigado Teresa por seres tão maravilhosa!

Teresa: Obrigada, Senhor. Obrigada, Carlos, tu és incrível! E agora ajuda-me, juntos, com o Senhor, conseguimos fazer tudo. 

Mãe,

Por favor, ajuda-nos a ouvir verdadeiramente o teu Filho e a escutá-lo. Que o mundo não se apodere de nós. Que possamos viver colados a Ti, contigo, para fazer a Sua vontade, sempre unidos ao nosso “côn-juge”. Louvado seja o teu Filho!


Hipocrisia. Comentario para os Esposos: Lucas 11,37-41

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas 11, 37-41

Naquele tempo, depois de Jesus ter falado, um fariseu convidou-O para comer em sua casa. Jesus entrou e tomou lugar à mesa. O fariseu admirou-se, ao ver que Ele não tinha feito as abluções antes de comer. Disse-lhe o Senhor: «Vós, os fariseus, limpais o exterior do copo e do prato, mas o vosso interior está cheio de rapina e perversidade. Insensatos! Quem fez o interior não fez também o exterior? Dai antes de esmola o que está dentro e tudo para vós ficará limpo».

Hipocrisia.

O Senhor, que é o nosso criador, conhece o nosso coração, os nossos pensamentos mais profundos… Por isso, Ele não quer que sejamos hipócritas (como os fariseus), mas que tenhamos uma vida pura em todos os aspectos, tanto interior como exterior.

Dizem que o rosto é o espelho da alma, mas o que temos na nossa alma? Quantas vezes fazemos coisas «para aparentar» ou «para que nos vejam»? E com o nosso cônjuge? Graças à oração conjugal, vamos descobrindo e mostrando essas hipocrisias que podemos ter, para que nos ajudemos mutuamente a desvendar e assim sermos completamente transparentes um com o outro.

Transposição para a vida matrimonial

(Ao fazer a oração conjugal)

Ester: Bem, falando dos fariseus… O Senhor mostrou-me com este Evangelho que, às vezes, eu ajudo-te e espero uma recompensa, para que me digas como faço bem as coisas. Ele também me mostrou que, quando fui comprar roupas de inverno para nós e para as crianças esta manhã, não o fiz pensando no que precisamos, mas sim em como os outros nos irão ver, para parecermos uma família «modelo», daquelas que aparecem nas revistas.Peço-te, querido, que me ajudes nisso, para que eu consiga fazer as coisas apenas por amor a Deus, para agradá-Lo e servir-te a ti e aos nossos filhos.

Gonçalo: Bem, para mim também ficou claro que, às vezes, no trabalho, quero sobressair, aparecer como o primeiro e que todos saibam disso para que pensem que sou importante, mesmo que, às vezes tenha que pisar os meus colegas e faltar à caridade. Nesta oração, percebi a minha pobreza e a minha vaidade e que, se consigo alguma coisa, é apenas graças a Deus e só a Ele devo prestar contas. Vamos ajudar-nos mutuamente a não procurar essa vaidade nos nossos actos, o que achas?

Ester: Proponho que, quando um de nós fizer algo bom, o outro diga em voz alta «Glória a Deus!», assim lembrar-nos-emos de que fazemos tudo graças ao Senhor e para o Senhor, e não para nos elevarmos a nós próprios.

Gonçalo: Querida, gosto tanto de ti! Acho uma excelente ideia, glória a Deus!

Mãe,

Pedimos que nos ajudes a procurar sempre o Senhor e a fazer tudo por Ele e para Ele.

Bendita e louvada sejas para sempre!


Fazer Cristo presente. Comentario para os Esposos: Lucas 11, 29-32

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas, 11, 29-32

Naquele tempo, aglomerava-se uma grande multidão à volta de Jesus e Ele começou a dizer: «Esta geração é uma geração perversa: pede um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, senão o sinal de Jonas. Assim como Jonas foi um sinal para os habitantes de Nínive, assim o será também o Filho do homem para esta geração. No juízo final, a rainha do sul levantar-se-á com os homens desta geração e há de condená-los, porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão; e aqui está quem é maior do que Salomão. No juízo final, os homens de Nínive levantar-se-ão com esta geração e hão de condená-la, porque fizeram penitência ao ouvir a pregação de Jonas; e aqui está quem é maior do que Jonas.

Fazer Cristo presente

Hoje Cristo chama a nossa atenção tal como chamou àqueles com que estava. A Sua vinda ao mundo, a Sua Redenção… temos todas as ferramentas e todos os meios para viver um casamento como Ele o pensou. Mas continuamos muito perdidos…

 

Na vida conjugal, muitas vezes esperamos “sinais” do outro: gestos perfeitos de carinho, palavras exatas de consolo, provas visíveis de amor. No entanto, o Evangelho recorda-nos que o que precisamos é de abrir o coração ao que já está diante de nós. Jesus recorda-nos hoje que o verdadeiro sinal não está no exterior, mas na fidelidade e na entrega profunda.

 

O “sinal de Jonas” consiste na conversão de um povo que escutou e, por isso, mudou. No casamento, o verdadeiro sinal não está tanto nas demonstrações passageiras, mas sim nos actos mais simples: na paciência do dia a dia, no perdão oferecido, no esforço de compreender, na ternura que se dá sem exigir.

 

O Evangelho diz também: “Aqui está quem é maior do que Jonas, maior do que Salomão”. No casamento, esse “maior” é Cristo presente no meio dos dois. Se cada um se empenha em procurar Jesus no outro, a relação sustenta-se, não apenas em palavras humanas, mas na certeza de um Amor Maior. Por isso, não nos esqueçamos nunca de que o nosso casamento é a três, e que o “sinal” do Senhor não passe despercebido no nosso dia a dia.

 

Transposição para a vida matrimonial

Vanessa: Sérgio, quero pedir-te perdão porque, muitas vezes, no meu coração, revolto-me contra ti, porque penso que não me amas o suficiente. Só reparo no que fazes ou dizes e não vejo o teu coração.

Sérgio: Leste-me o pensamento? Estava a pensar exatamente o mesmo. Muitas vezes fico-me pelas aparências e penso que, para ti, os miúdos vêm antes de mim.

Vanessa: Ai, desculpa. É verdade que muitas vezes, quando duvido do teu amor por mim, fico em baixo e até nem me apetece fazer-te o jantar.

Sérgio: A sério? Mas tu fazes uns jantares ótimos.

Vanessa: Ahahah. Que palerma! Nesses dias, faço-o sem colocar nem uma gotinha de amor.

Sérgio: Querida, no “SIM” do dia do nosso casamento entreguei-te o meu passado, o meu presente e o meu futuro. Sou muito trapalhão e há dias em que, por causa do meu ego, não to demonstro. Desculpa.

Vanessa: Por isso mesmo te peço perdão, a ti e ao Senhor. O nosso casamento é a três, e nos dias em que me fecho em mim mesma, chego a duvidar e até a pensar que foi um erro termos casado… Agora, depois da oração, percebo que tudo isto vem de mim, das minhas inseguranças e de te exigir um amor perfeito. Desculpa, meu amor.

Sérgio: És muito querida. A partir de agora, vamos deixar de duvidar da presença de Deus no nosso casamento e não vamos pedir mais sinais um ao outro. Parece-te bem?

Vanessa: Claro que sim. E agora vou preparar-te um jantar delicioso, com muito amor.

 

Mãe,

Ensina-nos a não duvidar do nosso marido, centrando-nos no maior sinal que nos une: o nosso Sacramento. Louvado seja o Senhor, que nos espera no nosso marido ou mulher.


O pilar da civilização. Comentario para matrimonios: Lucas 11, 27-28.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas 11, 27-28

 Enquanto Jesus falava, uma mulher na multidão gritou para Ele e disse:

“Bendito é o ventre que Te carregou e os seios que Te amamentaram!”

Jesus respondeu: “Bem-aventurados, antes, os que ouvem a palavra de Deus e a obedecem!”

 

O pilar da civilização.

Hoje celebramos o modo de viver de Maria, o autêntico pilar daquilo que São João Paulo II chamou a “civilização do amor”.
Uma jovem que aprendeu a amar amando, que, ao fazer-se serva e encarnar a Palavra do seu Filho no quotidiano, não só viveu na verdade, mas viveu com a Verdade e a Vida.
Esse é o caminho ao qual somos chamados os esposos no matrimónio: a verdadeira escola do amor, o “Santuário da Vida”. É aí que aprendemos a caminhar com a Verdade e a Vida entre nós, sendo semente de uma civilização de homens e mulheres dignos, criados à imagem de Deus, tratados sempre como um fim e nunca como um meio.
Movidos por um amor oblativo, não apenas afetivo. Onde se aprende a gratuidade e o perdão, a partilhar antes de acumular, a doar-se antes de possuir.
Essa é a civilização que somos chamados a edificar: a nossa identidade, o nosso verdadeiro “ADN”, é Cristo.
Não é necessário marcar hora para O conhecer, Ele está disponível 24 horas por dia.

Transposição para a vida matrimonial

Matilde: Querido, ontem estive a ouvir o testemunho de um sacerdote e tocou-me profundamente quando disse que “Deus não escolhe os melhores, mas os que Ele quer”. Apesar de já o ter ouvido muitas vezes, ontem falou verdadeiramente ao meu coração.
David: o que queres dizer com isso?
Matilde: Que a lógica de Deus é a da gratuidade; tenho a sensação de que, em nossa casa, impera uma lógica mundana, e há sempre uma intencionalidade onde prevalece a eficiência ou o nosso interesse pessoal.
David: Que profundo. Acho que te percebo. No meu caso, creio que projeto sobre os nossos filhos, as expectativas de que sejam de determinada maneira para “vencerem” no mundo, condiciona a forma como os trato e lhes exijo.
Matilde: É verdade. Eu, às vezes, os protejo em excesso. O medo acaba com o milagre. Temos de aprender a vê-los como Deus os vê e, ao mesmo tempo, mostrar-lhes através do nosso matrimónio a liberdade que só Deus dá. Só Ele conhece a verdade dos nossos corações.
David: rezamos o evangelho de hoje para ver o que Ele nos quer revelar?

Mãe,

ensina-nos a pôr-nos na verdade, encarnando a Palavra do Teu Filho.
Seja para sempre bendito e louvado, Ele que com o Seu Sangue nos redimiu.


O que é melhor. Comentário para os esposos: Lucas 11, 27-28

Evangelho do dia
Leitura do Santo Evangelho segundo S. Lucas 11, 27-28

Naquele tempo, enquanto Jesus falava à multidão, uma mulher levantou a voz no meio da multidão e disse: «Feliz Aquela que Te trouxe no seu ventre e Te amamentou ao seu peito». Mas Jesus respondeu: «Mais felizes são os que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática».

 

O que é melhor

É muito bom fazer coisas boas e dizer palavras bonitas, mas hoje Jesus, no Evangelho, aponta para que não fiquemos apenas no que é bom, mas que procuremos o que é melhor: escutar a Palavra de Deus e cumpri-la. E é precisamente àqueles que escutam a Palavra e a cumprem que Jesus chama bem-aventurados. Como Maria, nossa Mãe, Ela é «a Bem-Aventurada», não apenas por ter levado Jesus no seu ventre, mas sobretudo porque escutava a Palavra de Deus e a cumpria.
Jesus volta hoje a insistir na necessidade de escutar a Palavra de Deus, essencial para conhecer o Seu plano para nós. Não há outra forma. Se não dedicarmos tempo a estar com Nosso Senhor, silenciando os ruídos do mundo e estando atentos à Sua voz, procurando essa intimidade que Ele deseja ter com cada um de nós — e que se constrói na oração — é impossível escutá-Lo e conhecer a Sua vontade.
E para nós, esposos, nada melhor do que a oração conjugal. É a nossa ferramenta para ter intimidade com Ele e conhecê-Lo, e a oportunidade de escutar o que Deus quer para o nosso casamento. Mas não basta escutar a Sua Palavra, é preciso cumpri-la, levá-la para a nossa vida e orientar tudo o que fazemos segundo a Sua vontade.

Por isso, Jesus chama bem-aventurados os que — primeiro — escutam a Palavra de Deus e — depois — a cumprem. Esposos, este é o nosso caminho para a verdadeira bem-aventurança, é a nossa autoestrada para a felicidade, porque o nosso Pai do Céu sabe o que é melhor para nós, Seus filhos.

 

Transposição para a vida matrimonial:

Susana: Miguel, fomos convidados para um jantar de gala no casino no Sábado da próxima semana. Nem imaginas a alegria que isso me dá!
Miguel: Susana, não é nesse dia que temos a reunião do grupo de casais na paróquia?
Susana: Sim, é verdade, não me tinha lembrado da coincidência. Mas pronto, é só uma vez, não há problema em faltarmos um dia.
Miguel: Não sei. Temos um compromisso com a comunidade. E além disso, tem-nos feito muito bem ir às reuniões com os outros casais do grupo, o nosso casamento tem crescido muito desde que começámos a ir.
Susana: Oh Miguel, por uma vez que não vamos… tenho sonhado ir a este jantar há anos, e agora surgiu a oportunidade.
Miguel: Susana, o que é que isso te vai trazer? Olha, se te parece bem, levamos isto esta noite à oração conjugal e vemos o que Nosso Senhor nos diz.
(Nessa noite, na oração conjugal…)
Susana: Jesus, neste Evangelho dizes-me que Tua Mãe é bem-aventurada por escutar a Palavra de Deus e cumpri-la. Tenho muita vontade de ir a esse jantar elegante, não vejo nisso nada de mal; mas através do Miguel, lembraste-me que coincide com a nossa reunião de casais. E neste Evangelho mostras-me a importância de ouvir a Tua Palavra e cumpri-la, para fazer a Tua vontade. Fazes-me ver que há algo melhor do que esse jantar, porque nas reuniões do grupo vamos sendo formados e aprofundamos o nosso casamento como Tu o pensaste, o que nos ajuda muito a crescer na nossa vocação matrimonial. Além disso, é verdade que cada vez que vamos, volto renovada e cheia de esperança no nosso casamento. Senhor, obrigado por me dares o meu marido, a minha ajuda adequada.

Miguel: Obrigado, Senhor, pela minha Ajuda Adequada, e por nos mostrares na nossa oração o que é melhor.

 

Mãe,

Tu, que és a Bem-Aventurada por escutares a Palavra de Deus e a cumprires, ensina-nos a rezar e a ter intimidade com Deus. A escutar a Sua Palavra, a guardá-la no nosso coração e a dizer sempre “sim” à Sua vontade. Bendita e gloriosa sejas, Mãe! Louvado seja para sempre Nosso Senhor!