Arquivo mensal: Outubro 2025

Fartos do Nada. Comentario para os Esposos: Lc 12 , 13-21

Evangelho do dia

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas, 12, 13-21
Naquele tempo, alguém, do meio da multidão, disse a Jesus: «Mestre, diz a meu irmão que reparta a herança comigo». Jesus respondeu-lhe: «Amigo, quem Me fez juiz ou árbitro das vossas partilhas?». Depois disse aos presentes: «Vede bem, guardai-vos de toda a avareza: a vida de uma pessoa não depende da abundância dos seus bens». E disse-lhes esta parábola: «O campo dum homem rico tinha produzido excelente colheita. Ele pensou consigo: ‘Que hei de fazer, pois não tenho onde guardar a minha colheita? Vou fazer assim: Deitarei abaixo os meus celeiros para construir outros maiores, onde guardarei todo o meu trigo e os meus bens. Então poderei dizer a mim mesmo: Minha alma, tens muitos bens em depósito para longos anos. Descansa, come, bebe, regala-te’. Mas Deus respondeu-lhe: ‘Insensato! Esta noite terás de entregar a tua alma. O que preparaste, para quem será?’
 Assim acontece a quem acumula para si, em vez de se tornar rico aos olhos de Deus».
Fartos do nada.
À primeira vista, o pedido que fazem a Jesus parece justo: repartir a herança. Mas Jesus vai mais longe e aprofunda o motivo desse pedido. Na parábola, Jesus não julga a abundância extraordinária que o rico recebeu, mas sim as consequências que isso tem para a sua alma: o rico entrega-se aos prazeres da mesa, ao ócio e à vida fútil. Essa alma esquece-se do fim para o qual foi criada – dar glória a Deus – e acaba por se perder.
Quando desejamos bens para desfrutar e para nos sentirmos seguros, quando desejamos tempo para os nossos gostos, para viajar, ter experiências, esperamos que isso preencha um vazio que só Deus, na fidelidade à nossa vocação, pode preencher.
Uma vida entregue à nossa mulher ou marido, à nossa família, a Deus, no quotidiano ou no extraordinário, uma vida unida a Deus… essa é a vida autêntica, que começa na terra e continua na eternidade.
Na parábola, a vida que o rico leva é como fogo-de-artifício: parece muito, mas no segundo seguinte já não resta nada.
Transposição para a vida matrimonial:
Pedro: Laura, estou cansado e sinto-me vazio. Tantos programas ao fim de semana — jantares, viagens, ir ao último restaurante da moda, nas férias termos de impressionar toda a gente com as nossas fotografias… Ao mesmo tempo, sinto-me preso a um trabalho de que não gosto, mas que é o que nos permite manter este estilo de vida. Acho que estou prestes a rebentar.
Laura: Que sorte, querido!
Pedro: Como? Tu ouviste o que eu disse?
Laura: Claro, e dou graças a Deus. Quando nos apercebemos que todas essas coisas que desejamos com tanto empenho não nos preenchem, abre-se uma porta: podemos encher-nos da verdadeira vida — Deus. Proponho por isso que neste sábado o nosso plano seja ir à adoração perpétua e aproveitar estarmos juntos com o Senhor, sem pressa. Segunda-feira talvez não tenhas nada para contar no trabalho… ou talvez sim.
(Pedro perdeu o medo de deixar o seu trabalho porque, pouco a pouco, com a graça de Deus, deixou de cobiçar todas aquelas coisas que julgava que o preenchiam e descobriu o que realmente precisava: uma vida entregue e cheia do amor de Deus.)

Mãe,
Que os nossos tesouros estejam todos no Céu. Ámen.
Louvado seja Deus!


Sem Desfalecer. Comentário para os esposos: Lucas 18, 1-8

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São 18, 1-8

Naquele tempo, Jesus disse aos seus discípulos uma parábola sobre a necessidade de orar sempre sem desanimar: «Em certa cidade vivia um juiz que não temia a Deus nem respeitava os homens. Havia naquela cidade uma viúva que vinha ter com ele e lhe dizia:

‘Faz-me justiça contra o meu adversário’. Durante muito tempo ele não quis atendê-la.

Mas depois disse consigo: ‘É certo que eu não temo a Deus nem respeito os homens; mas, porque esta viúva me importuna, vou fazer-lhe justiça, para que não venha incomodar-me indefinidamente’».

E o Senhor acrescentou: «Escutai o que diz o juiz iníquo!… E Deus não havia de fazer justiça aos seus eleitos, que por Ele clamam dia e noite, e iria fazê-los esperar muito tempo?

Eu vos digo que lhes fará justiça bem depressa. Mas quando voltar o Filho do homem, encontrará fé sobre a terra?».

Sem Desfalecer

O Senhor deseja ter uma relação pessoal com cada um de nós. Só precisamos acreditar nisso. Mas, com tristeza, Ele pergunta se encontrará uma fé que se manifeste nessa intimidade.
Quantas vezes só recorremos ao Senhor para pedir e pedir, e, passado algum tempo, deixamos de pedir e de falar-Lhe sobre aquilo, e começamos a pedir por outras coisas, e assim sucessivamente, sem chegarmos a ter uma relação íntima com Ele, em que as nossas coisas sejam as Suas coisas, e a nossa vida seja uma conversa com Ele, impregnada de confiança.
No matrimónio também pode acontecer que a nossa relação com o cônjuge se limite a pedir coisas ou a distribuir tarefas, sem qualquer intimidade. Casamentos funcionais, sem uma verdadeira comunhão.

Da mesma forma que uma alma sem oração está como morta, também um matrimónio sem oração acaba por “morrer”.

A oração conjugal diária é o melhor meio para construir essa intimidade a três: entre os esposos e com o Senhor no meio, que nos conduz à vida verdadeira.
Esposos! A que esperais para começar com perseverança esse caminho de oração? O Esposo está à nossa espera!

Transposição para a vida matrimonial

Manuel: Teresa, não achas que o António e a Raquel são um bocado exagerados com essa história da oração?
Teresa: Bem, às vezes penso que sim. Na verdade, até me sinto um pouco sufocada.
Manuel: Também é verdade que, quando rezamos, estamos melhor.
Teresa: Na verdade, pensando bem, tens razão — quando rezamos e perseveramos, como eles dizem, muda o nosso olhar, ou pelo menos vejo que me olhas e eu te olho com mais… misericórdia?
Manuel: É como se despertássemos de um longo sono, e, pelo contrário, quando não rezamos, ficamos preguiçosos, adormecidos, e tudo nos custa mais.
Teresa: Acho que, no fim de contas, eles têm razão — sem a oração, sem a Graça, não podemos nada.
Manuel: É verdade. Estava a pensar que hoje podíamos ir à Eucaristia e, depois, fazíamos um bocadinho de oração lá, diante do Santíssimo.
Teresa: Não me parece mal.
Manuel: No fim, ainda vamos acabar por ganhar-lhe o gosto, ahaha.

Mãe,

Tu que guardavas todas as coisas no teu Coração, ensina-nos a rezar como Tu, com essa oração de silêncio, de intimidade, tão agradável a Deus.
Bendita Mãe! Bendito seja Deus!


Nada nos falta, só Deus basta. Comentário para os esposos: Lucas 10, 1-9

Evangelho do dia
Leitura do Santo Evangelho segundo S. Lucas 10, 1-9
Naquele tempo, o Senhor designou outros setenta e dois discípulos e enviou-os dois a dois, à sua frente, a todas as cidades e lugares aonde Ele havia de ir. Disse-lhes:
«A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, portanto, ao dono da messe que mande trabalhadores para a sua messe. Ide! Envio-vos como cordeiros para o meio de lobos. Não leveis bolsa, nem alforge, nem sandálias; e não vos detenhais a saudar ninguém pelo caminho. Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: ‘A paz esteja nesta casa!’ E, se lá houver um homem de paz, sobre ele repousará a vossa paz; se não, voltará para vós. Ficai nessa casa, comendo e bebendo do que lá houver, pois o trabalhador merece o seu salário.
Não andeis de casa em casa. Em qualquer cidade em que entrardes e vos receberem, comei do que vos for servido, curai os doentes que nela houver e dizei-lhes: ‘O Reino de Deus já está próximo de vós.’

Nada nos falta, só Deus basta.

O Senhor diz-nos: “põe-te a caminho”. É sempre Ele que toma a iniciativa, através de uma catequese, um retiro, uma conversa com um casal… Recebemos a Verdade, o Seu amor misericordioso, e logo a seguir Ele diz-nos: “põe-te a caminho”. Não fiques a dar voltas, preso à tibieza, à mediocridade; põe-te a caminho em direção Àquele que é a Verdade e o Amor.
Mas também nos diz que nos envia como cordeiros para o meio de lobos. Neste “põe-te a caminho”, quer dizer-nos: prepara o coração, fortalece-te com a oração, vive em comunhão no matrimónio, perseverando na entrega com humildade e na acolhida com caridade entre os esposos. Porque, vivendo assim, deixamos o Senhor habitar no nosso coração, para que seja Ele a conduzir-nos na missão, e não o nosso eu.
O Senhor diz-nos ainda: “não leveis bolsa, nem alforje, nem sandálias”, referindo-se à confiança n’Ele, na Sua providência, sem apegos ao mundo, para que nas nossas decisões não pese mais o dinheiro, os bens materiais, as seguranças, do que estar em comunhão com Ele.
Depois acrescenta: “não saudeis ninguém pelo caminho”, para que não caiamos em distrações disfarçadas de razões para não fazer a Vontade de Deus. Porque o Senhor tem pressa, e por isso nos diz: “a messe é grande e os trabalhadores são poucos”. Sejamos constantes na oração para que Deus envie mais trabalhadores para a Sua messe.

Transposição para a vida matrimonial:

Paulo: Mãe, às vezes sinto-me estranho com os meus amigos… Como se não encaixasse. Gozam comigo ou olham-me de lado porque não falo como eles, ou porque não faço o que eles fazem.
Maria: Entendo, filho… e dói-me ver-te assim. Mas sabes? Jesus já sabia que isto podia acontecer-nos. Por isso disse que nos enviava como cordeiros para o meio de lobos.
Paulo: E o que é que isso quer dizer, mãe?
Maria: Querido, quer dizer que, por seguires Jesus, às vezes vais sentir-te diferente… mas não estás sozinho. Ser cordeiro não é ser fraco. É ser forte sem deixar de ser bom, e tu estás a ser muito corajoso. O pai e eu também nos sentimos muitas vezes como tu, mas a confiança no Senhor fortaleceu-nos.
Paulo: Mas às vezes canso-me, mãe…
Maria: Eu sei, amor. Mas cada vez que escolhes fazer o que é certo, mesmo que ninguém te aplauda, estás a ser luz para todos à tua volta. E isso, mesmo que agora não vejas, pode tocar muitos corações. Jesus está muito orgulhoso de ti, e nós também.

Mãe,

Obrigado por nos teres chamado a viver como Tu. Ainda que nem sempre sejamos compreendidos, dá-nos amor, mansidão e firmeza para sermos testemunhas Tuas na nossa família.
Bendito e louvado sejas para sempre, Senhor.

Parte do plano. Comentário para os esposos: Lucas 12, 1-7

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas 12, 1-7

Naquele tempo, a multidão afluía aos milhares, a ponto de se atropelarem uns aos outros. E Jesus começou a dizer, em primeiro lugar para os seus discípulos: «Acautelai-vos do fermento dos fariseus, que é a hipocrisia.
Não há nada encoberto que não venha a descobrir-se, nem há nada oculto que não venha a conhecer-se.
Por isso, tudo o que tiverdes dito às escuras será ouvido à luz do dia e o que tiverdes dito aos ouvidos, nos aposentos interiores, será proclamado sobre os telhados.
Digo-vos a vós, meus amigos: não temais os que matam o corpo e depois nada mais podem fazer.
Vou mostrar-vos a quem deveis temer: temei aquele que, depois de matar, tem poder para lançar na Geena. Sim, Eu vos digo, a esse é que deveis temer.
Não se vendem cinco passarinhos por duas moedas? Contudo, nenhum deles é esquecido diante de Deus.
Mais ainda, até os cabelos da vossa cabeça estão todos contados. Não temais. Valeis mais do que todos os passarinhos».

Parte do plano

Neste Evangelho, o Senhor lembra-nos que cada um dos cabelos da nossa cabeça está contado. Nada Lhe escapa. No nosso dia a dia, não há acaso, não há nada que Deus Pai tenha deixado ao acaso. Tudo está dentro do Seu plano de salvação para connosco.
E para nós esposos, o Senhor tem um plano de salvação muito concreto, esse plano é o meu cônjuge. Ele conta com o meu cônjuge para a minha salvação e vice-versa, o que nos torna, de certa forma, co-redentores!
Assim, os meus dons e os do meu cônjuge estão lá para serem entregues. Assim como as minhas fraquezas e as do meu cônjuge, que estão lá para que ambos cresçamos na provação e na dificuldade. Acolhendo assim o meu cônjuge no pecado, o nosso casamento fortalece-se na provação.
Nada é mais grandioso e emocionante do que o Senhor nos tornar participantes da nossa salvação mútua!

Transposição para a vida matrimonial

Santiago: Olá, Maria, querida, hoje podes dar banho ao nosso filho?
Maria: Santiago, estou muito cansada, acabei de trabalhar e tenho que preparar o jantar!
Santiago: Bem, talvez pudesses sair do trabalho mais cedo e assim não ficarias tão cansada, não é?
Maria: (Fica pensativa…) Esta é a oportunidade que o Senhor me dá para acolher a Sua Graça e poder acolher o Santiago na sua fraqueza. Este é o momento que Ele me dá para continuar a purificar o meu coração, por isso vou acolher a Graça de Deus e crescer em humildade.
Maria: Santiago, querido, eu dou-lhe banho, vai descansar, pois tiveste um dia difícil.
Santiago: Querida, não sabes o quanto te agradeço por me compreenderes. Muito obrigado!(beijo)
Maria: Claro que sim. Vamos agradecer a Deus porque está a mudar os nossos corações e o nosso casamento, o que achas?
Santiago: Claro que sim, minha querida!

Mãe,

Tu disseste sim ao plano de Deus, ensina-nos a dizer Sim em todas as circunstâncias, mesmo que não compreendamos. Louvado sejas para sempre, Senhor!


Jesus alerta-nos. Comentario para os Esposos: Lucas 11, 47-54

Evangelho do dia
 
Leitura do Santo Evangelho segundo S. Lucas 11, 47-54

“Ai de vós, que edificais os túmulos dos profetas, quando os vossos pais é que os mataram! Assim, dais testemunho e aprovação aos atos dos vossos pais, porque eles mataram-nos e vós edificais-lhes sepulcros.” Por isso mesmo é que a Sabedoria de Deus disse: ‘Hei de enviar-lhes profetas e apóstolos, a alguns dos quais darão a morte e a outros perseguirão, a fim de que se peça contas a esta geração do sangue de todos os profetas, derramado desde a criação do mundo, desde o sangue de Abel até ao sangue de Zacarias, que pereceu entre o altar e o santuário.’”Sim, Eu vo-lo digo, serão pedidas contas a esta geração. “Ai de vós, doutores da Lei, porque vos apoderastes da chave da ciência: vós próprios não entrastes e impedistes a entrada àqueles que queriam entrar!”

Quando saiu dali, os doutores da Lei e os fariseus começaram a pressioná-lo fortemente com perguntas e a fazê-lo falar sobre muitos assuntos, armando-lhe ciladas e procurando apanhar-lhe alguma palavra para o acusarem.

 

Jesus alerta-nos

Hoje, Jesus, porque nos ama, alerta-nos:“Sim, digo-vos: serão pedidas contas a esta geração.”
Ai de vós que não entrais e impedis que outros entrem!Hoje é dia de me examinar:
O que há no meu coração e no meu comportamento que me impede de entrar no Reino dos Céus, de viver em graça?
O que dificulta ou impede que o meu marido/a minha mulher e os meus filhos possam entrar?
Talvez seja o meu desejo de dominar e de ter sempre razão, os meus acessos de ira, a minha falta de consideração e os modos rudes.
Talvez seja o meu carácter, que em vez de acolher e animar, provoca desânimo e tristeza.
Obrigado, Senhor, por me despertares!
Bendito sejas, quanto me amas!

Transposição para a vida Matrimonial

(À noite, em oração conjugal)
Jorge: Carmen, perdoa-me. Hoje estive insuportável, mal-humorado, a saltar à mínima. Passei o dia inteiro a remoer a “porcariazinha” que carrego no coração. E o que mais me dói é ter provocado que tu também ficasses em baixo.
Carmen: Jorge, sim, foi um dia difícil. E eu, em vez de te acolher na tua fragilidade, juntei a minha. Magoámo-nos e ferimos também o Senhor.
Jorge: Quero ajudar-te a viver aqui um vislumbre do Céu, nós dois unidos ao Senhor. Como anseio essa intimidade dos três!
Carmen: Que maravilha é o nosso sacramento do matrimónio. Como Jesus nos resgata, vezes sem conta.
Jorge: Amanhã vou pedir perdão aos nossos filhos, porque hoje exasperei-os.
Carmen: Meu querido marido, tens um coração precioso.

 

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Comigo proclama a minha alma a grandeza do Senhor, alegra-se o meu espírito em Deus, meu Salvador. Louvado seja o Senhor!