Arquivo mensal: Setembro 2025

Em busca do tesouro. Comentario para os esposos: Lucas 6, 20-26.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas 6, 20-26

Naquele tempo, Jesus, erguendo os olhos para os discípulos, disse:

«Bem-aventurados vós, os pobres, porque é vosso o reino de Deus.

Bem-aventurados vós, que agora tendes fome, porque sereis saciados.

Bem-aventurados vós, que agora chorais, porque haveis de rir.

Bem-aventurados sereis, quando os homens vos odiarem, quando vos rejeitarem e insultarem e proscreverem o vosso nome como infame, por causa do Filho do homem. Alegrai-vos e exultai nesse dia, porque é grande no Céu a vossa recompensa. Era assim que os seus antepassados tratavam os profetas.

Mas ai de vós, os ricos, porque já recebestes a vossa consolação!

 Ai de vós, que agora estais saciados, porque haveis de ter fome!

Ai de vós, que rides agora, porque haveis de entristecer-vos e chorar!

Ai de vós, quando todos os homens vos elogiarem!

Era assim que os seus antepassados tratavam os falsos profetas».

Em busca do tesouro.

A nossa vida é um caminho para a união definitiva com Deus.

Jesus ilumina-nos esse caminho. Com estas quatro bem-aventuranças e estas quatro desgraças, parece que o Senhor nos dá uma bússola para o nosso caminho para o céu, o roteiro para não perdermos as referências.

O tesouro não está onde normalmente o procuramos: na riqueza, no conforto, na satisfação ou no aplauso. Neste evangelho, Jesus mostra-nos que o tesouro está mesmo naquelas situações de dificuldade que normalmente rejeitamos. O tesouro está na cruz.

Onde há uma dificuldade, há uma cruz, e onde há uma cruz, há uma oportunidade de crescer no amor. Se a cruz nos faz crescer no amor, então encontrámos o tesouro!

No quotidiano do nosso casamento, vivemos situações de incompreensão, de humilhação, de julgamento, de desprezo… O que é maravilhoso é que o Senhor se serve delas para nos unir mais a Ele. Não esqueçamos que somos esposos cristãos e que a Cruz é a nossa identidade.

O Reino de Deus no matrimónio floresce quando, no meio das lágrimas, do cansaço e da renúncia, continuamos a escolher amar.

Esposos, bem-aventurados somos nós se, nas provações que nos acontecem, encontrarmos o tesouro que nelas está escondido!

Transposição para a vida matrimonial

Ana: Estou muito desanimada e não me apetece fazer nada, tantos problemas tiram-me a alegria e a vontade de viver. Tudo nos corre mal, estou farta do meu patrão, a avaria do carro custa um dinheirão a arranjar que não temos, todos os dias tenho estas dores que não passam… mas o pior foi a noite passada com os teus filhos, quanto mais velhos pior… e posso continuar a lista se quiseres… Isto não faz sentido, de que é que nos serve rezar se depois nos acontece tudo isto, não é justo!

José Carlos: Bem, eu acho que a oração é exatamente aquilo de que precisamos. Olha, o Evangelho de hoje desconcertou-me… Repara que Jesus abençoa estas situações difíceis. Penso que o Senhor nos pede que confiemos n’Ele… e como é que podíamos mostrar-Lhe a nossa  confiança se tudo estivesse a correr bem e não tivéssemos nenhuma dificuldade?

Ana: O que é que estás a querer dizer? Que tudo o que nos está a acontecer é bom?

José Carlos: Não é que seja bom em si mesmo, mas com o Senhor pode ser muito bom. Podem ser momentos de graça para nós.

Ana: Obrigada por esta perspectiva, visto desta forma tudo ganha um significado diferente.

Mãe,

Tu que também viveste muitas situações difíceis, ajuda-nos a encontrarmo-nos com Jesus em cada uma delas. Bem-aventurada Virgem Maria, rogai por nós!


Tu decides. Comentário para os esposos: Lucas 6, 12-19

Evangelho do dia 
Leitura do Santo Evangelho segundo S. Lucas 6, 12-19 
Naqueles dias, Jesus subiu ao monte para rezar e passou a noite em oração a Deus. Quando amanheceu, chamou os discípulos e escolheu doze entre eles, a quem deu o nome de apóstolos: Simão, a quem deu também o nome de Pedro, e seu irmão André; Tiago e João; Filipe e Bartolomeu, Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu, e Simão, chamado o Zelota; Judas, irmão de Tiago, e Judas Iscariotes, que veio a ser o traidor. Depois desceu com eles do monte e deteve-Se num sítio plano, com numerosos discípulos e uma grande multidão de pessoas de toda a Judeia, de Jerusalém e do litoral de Tiro e de Sidónia. Tinham vindo para ouvir Jesus e serem curados das suas doenças. Os que eram atormentados por espíritos impuros também ficavam curados. Toda a multidão procurava tocar Jesus, porque saía d’Ele uma força que a todos sarava.

  
Tu decides

A verdade, não nos enganemos, é que temos tempo para o que queremos; se não levo uma vida de oração, é porque para mim não é uma prioridade e, se não é, é porque não sei o que estou a arriscar ao viver sem ela. Talvez tenhas saído de um dos nossos retiros com a enorme alegria de ter visto que é possível viver um casamento feliz. Entretanto o tempo passou e se já não consegues ver isso tão claramente, é porque falta oração. Queres viver um casamento como Deus o pensou? Reza. Queres ter paz? Reza. Queres ser feliz? Reza. Dizes que amas a Deus e não rezas? A medida do teu amor por Deus é a medida da tua oração. Se Deus tem sempre tempo para mim, como posso dizer que não tenho tempo para Deus? Jesus rezava sempre (e era Deus), mas nos momentos mais críticos da sua vida na terra, rezava ainda mais. Nós viemos de Deus e voltaremos a Ele. Mais cedo ou mais tarde entraremos na vida eterna. Escolhe o caminho da oração para que o teu objetivo seja o Céu. Tu decides.

Transposição para a vida matrimonial

(Maria fala com a sua tutora) 
Maria: Rocío, estamos na mesma situação outra vez. Eu estou insuportável e reconheço isso, mas o Paulo também não ajuda. No outro dia, estávamos a sair de casa e estávamos atrasados e aconteceu o mesmo de sempre: ele demora tempo para tudo, eu fiquei irritada, gritei com ele, gritei com as crianças e, bem, com ele também um pouco. Depois, ele ficou zangado comigo… enfim… até fomos para a cama sem falar, dá para acreditar? Parecia que estávamos como no princípio! 
Rocío: Há quanto tempo não rezam juntos? 
Maria: Ui… 
Rocío: Maria, não há vida de amor sem oração. Tu sabes disso. Não se trata de rezar um dia e no dia seguinte não. Levem uma vida de oração, fiel, diária, porque, como nos diz o Senhor: «Sem Mim, nada podeis fazer». Cabe-vos a vocês decidir. Ânimo!

  
Maria,

Tu que és cheia de graça, porque a tua vida era oração, porque tudo o que fazias, fazias unida a Deus, ajuda-nos a perseverar na oração. Ajuda-nos a tomar consciência de que, sem vida de oração, não pode haver vida de graça. Bendita sejas para sempre, Mãe!


Em três passos. Comentario para os esposos: Mateus 1, 1-16, 18-23

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus 1, 1-16, 18-23

Eis como nasceu Jesus Cristo: Maria, sua mãe, estava desposada com José. Antes de coabitarem, aconteceu que ela concebeu por virtude do Espírito Santo. José, seu esposo, que era homem de bem, não querendo difamá-la, resolveu rejeitá-la secretamente. Enquanto assim pensava, eis que um anjo do Senhor lhe apareceu em sonhos e lhe disse: “José, filho de Davi, não temas receber Maria por esposa, pois o que nela foi concebido vem do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo de seus pecados”. Tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que o Senhor falou pelo profeta:

“Eis que uma Virgem conceberá e dará à luz um filho, que se chamará Emanuel que significa: Deus connosco.”

Em três passos.

Hoje celebramos a Natividade da Virgem Santíssima. E, neste dia, ela oferece-nos Jesus. O que é maravilhoso é que, sendo o seu aniversário, ela é tão generosa que se dá a si mesma para que o presente seja nosso. Nada mais e nada menos que o Salvador que nos liberta dos nossos pecados.

Deus preparou um povo e um ventre onde nascer. Uma história de amor correspondido por Maria, que embala este Deus que quer “acampar” entre nós. A salvação chega a cada casal que acolhe Jesus na história da sua família.

Maria significa um novo começo para o povo eleito. É por isso que nos confiamos a ela para começar de novo, apesar das nossas feridas. Se formos dóceis como ela e aceitarmos o projeto de amor de Deus para o nosso casamento, veremos grandes milagres.
Olhamos também para a docilidade e a confiança de São José que, mesmo sentindo-se indigno de tanta honra, aceitou a missão que lhe foi confiada: guardar o Salvador da humanidade. Na oração conjugal, nós, esposos, recebemos a nossa missão de colaborar no projeto de Deus e, como José, sentimo-nos desconcertados pela nossa pequenez.

Três passos para uma dádiva. Depois, com a Eucaristia, os Sacramentos e a nossa entrega, ele transforma os nossos corações e anima a nossa união. É o caminho da salvação. Finalmente, Deus propõe-nos uma missão, de acordo com os dons que nos deu, e chama-nos a colaborar no seu projeto de salvação da humanidade. Vamos dizer sim como Nossa Senhora e São José?

Transposição para a vida matrimonial

Nadia: Penso que fizemos bem em mudarmo-nos para outro país. Era o que a família precisava. Mas tenho saudades do nosso grupo de casais, da catequese, das adorações…. Tenho medo de perder tudo o que recebemos.

João Marco:  É verdade. Acolher Jesus entre nós, a oração conjugal… mudou as nossas vidas de uma forma que nunca teríamos pensado ser possível…. Salvou-nos.

Nadia: Há tantos casais neste país que precisam de conhecer a verdade… Será verdade o que nos disseram e Deus enviou-nos aqui para os ajudar?

João Marco: A nós? Que mau olho teria Nossa Senhora! Não, não, não… Mas levemos isso para a oração e deixemos que o Espírito Santo nos diga.

(Depois dessa oração e com a perplexidade de se sentirem muito pequenos, aceitaram a missão que o Espírito Santo lhes confiava. Foram ter com o seu pároco e hoje muitos casais conheceram este dom e, com a graça de Deus, puderam transformar o seu matrimónio).

Mãe,

Obrigado pelo dom que trouxeste à humanidade, obrigado por Jesus, nosso Salvador. Obrigado São José por dizeres sim e confiares, aceitando a missão de guardar o Senhor que se fez pequeno e frágil para assumir a nossa humanidade.

Louvado seja o Senhor!


Vencer na batalha. Comentario para os Esposos: Lucas 14, 25-33

Evangelho

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas 14, 25-33

Naquele tempo, seguia a Jesus uma grande multidão. Jesus voltando-Se disse-lhes: 

«Se alguém vem ter comigo, e não Me preferir ao pai, à mãe, à esposa, aos filhos, aos irmãos, às irmãs e até à própria vida, não pode ser meu discípulo. Quem não toma a sua cruz para Me seguir, não pode ser meu discípulo. Quem de vós, desejando construir uma torre, não se senta primeiro a calcular a despesa, para ver se tem com que terminá-la? Não suceda que, depois de assentar os alicerces, se mostre incapaz de a concluir e todos os que olharem comecem a fazer troça, dizendo:

‘Esse homem começou a edificar, mas não foi capaz de concluir’.

E qual é o rei que parte para a guerra contra outro rei e não se senta primeiro a considerar se é capaz de se opor, com dez mil soldados, àquele que vem contra ele com vinte mil?

Aliás, enquanto o outro ainda está longe, manda-lhe uma delegação a pedir as condições de paz. Assim, quem de entre vós não renunciar a todos os seus bens, não pode ser meu discípulo».

Vencer na batalha.

Discípulo é aquele que segue o Mestre para ter o mesmo coração e assim poder agir como Ele, viver como Ele, amar como Ele. Estamos feridos pelo pecado e não sabemos amar. Mesmo que tentemos, sozinhos não conseguimos. Precisamos, primeiro, de encher-nos do amor de Deus, fazer com que o nosso coração se vá assemelhando ao de Jesus. Então poderei amar o meu esposo, o meu pai, mãe, filhos, irmãos, etc. Por isso o Senhor diz-nos que, se quisermos amar como Ele, primeiro O sigamos, carregando a nossa cruz. Ele dar-nos-á o que precisamos para vencer as batalhas contra o pecado.

Transposição para a vida matrimonial

(Carmo chega a casa e encontra mais uma vez tudo por arrumar e limpar)

Carmo: Outra vez tudo espalhado, de certeza que cada um está fechado no seu quarto… (Mas quando vai à procura dos filhos para ralhar com eles, pára e pensa: acho que não é o momento de começar esta guerra, vou entregar-me nas mãos do Senhor. Então recolhe-se no seu quarto para rezar.)
Carmo: Senhor, estou cansada disto todos os dias. Mas sei que Tu estás ao meu lado. Vou procurar uma situação em que me mostres como devo agir (então abre os Evangelhos e encontra-se com a passagem da Paixão em que Jesus olha para Pedro depois de O ter negado. E pensa em como seria esse olhar. Como é o olhar de Jesus cada vez que O negamos e nos deixamos levar pelas nossas paixões… Nesse momento chega o Zé).

: Olá querida!

Carmo: Olá querido! Sabes, sinto-me imensamente afortunada por te ter como marido, por ter esta família e sobretudo porque o Senhor cuida de nós todos os dias e ensina-me a amar e a sentir-me amada por Ele.

: Adoro chegar a casa! Desde que fizemos o retiro, tudo mudou e posso ver no teu olhar o Amor de Deus.

Carmo: Pois é uma Graça enorme que nos foi concedida, termos descoberto como Ele nos ama e assim tentar amar como Ele, em todas as situações da nossa vida.

: Só Ele pode tornar isso possível, continuemos a confiar, gosto muito de ti, minha mulher.

Mãe,

Não permitas que nos afastemos deste caminho ao qual nos chamaste para nos ensinares a amar. Glória a Deus


A união em Cristo une os esposos. Comentario para matrimonios: Lucas 6, 1-5

Evangelho do dia 
Leitura do Santo Evangelho segundo S. Lucas 6, 1-5 
Passava Jesus através das searas num dia de sábado e os discípulos apanhavam e comiam as espigas, debulhando-as com as mãos. Alguns fariseus disseram «Porque fazeis o que não é permitido ao sábado?». Respondeu-lhes Jesus: «Não lestes o que fez David, quando ele e os seus companheiros sentiram fome? Entrou na casa de Deus, tomou e comeu os pães da proposição, que só aos sacerdotes era permitido comer, e também os deu aos companheiros». E acrescentou: «O Filho do homem é senhor do sábado».

A união em Cristo une os esposos 
Jesus coloca a necessidade do ser humano acima da rigidez da lei. Não nega o valor do sábado, mas coloca-o no seu devido lugar: ao serviço do homem. A lei foi feita para o homem, não o homem para a lei. A finalidade da lei é dar maior glória a Deus. 
No nosso casamento, por vezes queremos que o nosso cônjuge cumpra as normas, aquilo que “deve ser”, mas esquecemo-nos de que o mais importante é o amor verdadeiro, a misericórdia, conhecer o seu coração. As normas e a lei, sem amor, sufocam, julgam e quebram a comunhão. 
Vemos que Jesus não se mantém à margem, e defende os seus publicamente. Da mesma forma, é isso que os esposos são chamados a fazer: proteger-se mutuamente. Não permitindo que os “fariseus” modernos — sob a forma de críticas, redes sociais, lazer obsessivo disfarçado de necessidade — entrem na comunhão do coração do nosso casamento. 
Tal como “O Filho do Homem é Senhor do sábado”, perseveremos na oração e nos sacramentos (mística), e esforcemo-nos (ascética) para que, em todos os momentos, façamos a vontade de Deus com um coração simples e humilde.

Transposição para a vida Matrimonial 
Fernando: Ester, esta semana vou sair para treinar de bicicleta todos os dias depois do trabalho, porque daqui a quinze dias tenho a prova. Por isso, não contes comigo para ir à Missa nem para a catequese de Sábado. 
Ester: Mas, Fernando, é muito importante para nós ir à Missa todos os dias, além de que tínhamos assumido o compromisso de preparar a catequese. 
Fernando: Sabes que é um sonho meu participar nesta prova. Além disso, o desporto faz-me muito bem à saúde e acho que mereço, porque o trabalho deixa-me muito estressado e com a bicicleta consigo aliviar. Sabes bem que eu não sou de ir para os bares beber cervejas. 
Ester: Meu Deus! O que faço com este homem?… Querido, fico triste por pores o teu bem-estar acima deste caminho de purificação do nosso coração e de comunhão que estamos a viver. Vou para o quarto rezar antes do jantar. 
(…Depois de algum tempo…) 
Fernando: Posso rezar contigo, Ester? 
Ester: Claro, vem, assim estamos os três. 
Fernando: Acho que estava a ser muito egoísta, estava agarrado aos meus próprios critérios. Achas que posso levantar-me cedo estes dias para fazer spinning, e assim continuamos a ir à Missa juntos? 
Ester: Obrigada, meu Deus, porque bateste à nossa porta e o Fernando abriu-a. Um beijinho, querido.

Mãe, 
Obrigado por, através da perseverança na oração e nos sacramentos, nos ensinares a tomar decisões por Ele, com Ele e n’Ele. 
Bendito e louvado seja Nosso Senhor.