Nazaré: Obrigada, querido.



Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas 7, 31-35
Naquele tempo, disse Jesus à multidão: «A quem hei de comparar os homens desta geração? Com quem se parecem? São como as crianças, que, sentadas na praça, falam umas com as outras, dizendo: ‘Tocámos flauta para vós e não dançastes, entoámos lamentações e não chorastes’. Porque veio João Batista, que não comia nem bebia vinho, e vós dizeis: ‘Tem o demónio com ele’. Veio o Filho do homem, que come e bebe, e vós dizeis: ‘É um glutão e um ébrio, amigo de publicanos e pecadores’. Mas a Sabedoria é justificada por todos os seus filhos».
Palavra da salvação.
Vou reagir de uma vez por todas?
Meu querido Jesus, estas tuas palavras desafiam-me. Sinto que me dizes, com um olhar simultaneamente triste e misericordioso: “De que é que estás à espera, vais reagir de uma vez por todas, vais ouvir-me mesmo e fazer o que te digo?”
Tu queres que eu seja muito feliz. Deste-me tudo o que preciso para começar a ser feliz aqui na terra e para gozar toda a eternidade contigo. Amas-me loucamente, morreste por mim, permaneceste na Eucaristia, enviaste-me o Espírito Santo, deste-me a tua Mãe, os Sacramentos,… E olhas para mim com tristeza porque vês que continuo a procurar a felicidade onde ela não está, continuo com outros senhores no meu coração que te impedem de reinar nele. São senhores aparentemente inofensivos, ora é este tempinho a mais no telemóvel, ora é este “eu preciso”, ora é o meu trabalho, ora é ficar por cima porque tenho razão,… E não são inofensivos, são as correntes disfarçadas que prendem o meu coração e o impedem de se encher do teu Amor. E cheio do teu Amor, o meu coração já poderia amar, amar-Te, amar o meu cônjuge, a minha família,… como Tu queres. E é aí que reside a verdadeira felicidade.
Transposição para a vida matrimonial
Bruno: Ai Ana, que susto, que sonho horrível! Sonhei que estavas a morrer, que horror! E apercebi-me de como te amo e de quantas oportunidades perdi de to dizer, de olhar para os teus olhos maravilhosos, de ser gentil contigo….
Ana: É tão querido! Penso muitas vezes que se morresse hoje, teria deixado imenso por fazer. De que me serviria o tempo gasto em chats, séries, nos meus caprichos,…? É por isso que estou a tentar começar cada dia com a oração e a missa, para que o Senhor me centre e acabe por só querer fazer a Sua vontade e não a minha.
Bruno: Realmente nota-se. Há algum tempo que penso como tens estado mais carinhosa comigo, te zangas menos e vejo-te mais sorridente e feliz. E eu quero seguir-te. Não quero perder mais tempo. Vejo claramente que é aqui que está a felicidade, em deixar de olhar para mim e começar a olhar apenas para o Senhor e para ti. Por favor, ajuda-me a adquirir os hábitos diários, sabes como é difícil para mim. Vamos juntos à missa e rezamos antes? Há alguma outra coisa que aches que me ajudaria?
Ana: A mim ajuda-me muito fazer pequenos sacrifícios que não se vêem, aquele pão que não como, aquela camisa no chão que a e não digo nada, aquela última palavra que calo… Ofereço estes pequenos sacrifícios com amor a Deus pelo nosso casamento e ajudam-me muito a concentrar-me no que é importante.
Bruno: Que bom! Vou rezar para saber o que posso fazer eu. Vai custar-me, mas sei que, com a ajuda do Senhor e com a tua, vou conseguir.
Mãe,
Que alegria ver como, pela Tua mão, este caminho de oração e de sacramentos vai dando os seus frutos. E de mortificação para vencer o meu amor-próprio…. Mil vezes obrigado, Mãe! Louvado seja o Senhor!

Evangelho do dia
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas 7,11-17
Naquele tempo, dirigia-Se Jesus para uma cidade chamada Naim; iam com Ele os seus discípulos e uma grande multidão. Quando chegou à porta da cidade, levavam um defunto a sepultar, filho único de sua mãe, que era viúva. Vinha com ela muita gente da cidade. Ao vê-la, o Senhor compadeceu-Se dela e disse-lhe: «Não chores». Jesus aproximou-Se e tocou no caixão; e os que o transportavam pararam. Disse Jesus: «Jovem, Eu te ordeno: levanta-te». O morto sentou-se e começou a falar; e Jesus entregou-o à sua mãe. Todos se encheram de temor e davam glória a Deus, dizendo: «Apareceu no meio de nós um grande profeta; Deus visitou o seu povo». E a fama deste acontecimento espalhou-se por toda a Judeia e pelas regiões vizinhas.
Compadeceu-Se
É comovente ver como Jesus tem compaixão por esta pobre viúva e quanta esperança nos inspira saber que o Senhor também tem compaixão por nós. Às vezes, podemos cair na tentação de pensar que Deus está ocupado com «outras coisas» mais importantes do que nós, e nada mais longe da realidade; Ele ama-nos infinitamente e quer que sejamos felizes vivendo o plano que Ele tem para nós, para o nosso casamento, e fica triste quando nos afastamos desse plano. E quando nos afastamos? Bem, cada vez que pensamos, fazemos ou dizemos qualquer coisa a partir dos nossos próprios critérios e não a partir do amor, então voltamos àquela Paixão do Senhor, voltamos a flagelá-Lo, a cravar-Lhe a coroa de espinhos, a crucificá-Lo na Cruz.
Peçamos, então, ao Senhor que nos ajude a ter compaixão, em primeiro lugar, pelo nosso cônjuge e também, é claro, pelos nossos filhos, familiares, amigos… Às vezes, pode ser mais fácil ter compaixão pelos outros, mas devemos ser coerentes com a nossa vocação e ter uma unidade de vida, começando essa atitude no nosso próprio lar.
Transposição para a vida matrimonial
João: Querida, reparaste como os nossos filhos foram vestidos hoje para a escola? Acho que deverias estar um pouco mais atenta aos detalhes e ajudá-los a arranjarem-se de manhã.
Maria: A sério, vais criticar-me pela forma como os nossos filhos se vestem? Sabes que a essa hora não tenho tempo para fazer mais nada e, na verdade, nunca posso contar contigo. Quando me apercebo, já te foste embora e, às vezes, sinto-me muito sozinha.
(À noite, na oração conjugal…)
João: Com este evangelho, o Senhor mostrou-me que primeiro devo estar atento a ti e às crianças e, depois, aos outros, ao meu trabalho… De que adianta fazer grandes coisas ou grandes projectos se, no final, em casa não faço isso primeiro? Perdoa-me, sinceramente, não tinha consciência do quanto te deixei sozinha. Vou esforçar-me para estar mais atento a ti e às crianças, mas vou precisar da tua ajuda e, se possível, sem reprovações, porque, devido ao meu orgulho, sabes que isso me custa muito mais.
Maria: Querido, gosto tanto que sejas capaz de ver o que o Senhor te diz e também de me dizeres depois. Amo-te tanto!
Mãe,
Pedimos que nos ajudes a sermos capazes de ver as necessidades do nosso cônjuge (e de todas as pessoas que nos rodeiam), para que possamos viver como o Senhor, com o coração disposto a dar-se a todo o momento. Louvado seja Deus.
