Arquivo mensal: Setembro 2025

A Palavra germina no coração. Comentário para os esposos: Lucas 8, 4-15

Evangelho do dia
Leitura do Santo Evangelho segundo S. Lucas 8, 4-15
Naquele tempo, reuniu-se uma grande multidão, que vinha ter com Jesus de todas as cidades, e Ele falou-lhes por meio da seguinte parábola: «O semeador saiu para semear a sua semente. Quando semeava, uma parte da semente caiu à beira do caminho: foi calcada e as aves do céu comeram-na. Outra parte caiu em terreno pedregoso: depois de ter nascido, secou por falta de humidade. Outra parte caiu entre espinhos: os espinhos cresceram com ela e sufocaram-na. Outra parte caiu em boa terra: nasceu e deu fruto cem por um». Dito isto, exclamou: «Quem tem ouvidos para ouvir, oiça». Os discípulos perguntaram a Jesus o que significava aquela parábola e Ele respondeu: «A vós foi concedido conhecer os mistérios do reino de Deus, mas aos outros serão apresentados só em parábolas, para que, ao olharem, não vejam, e, ao ouvirem, não entendam. É este o sentido da parábola: A semente é a palavra de Deus. Os que estão à beira do caminho são aqueles que ouvem, mas depois vem o diabo tirar-lhes a palavra do coração, para que não acreditem e se salvem. Os que estão em terreno pedregoso são aqueles que, ao ouvirem, acolhem a palavra com alegria, mas, como não têm raiz, acreditam por algum tempo e afastam-se quando chega a provação. A semente que caiu entre espinhos são aqueles que ouviram, mas, sob o peso dos cuidados, da riqueza e dos prazeres da vida, sentem-se sufocados e não chegam a amadurecer. A semente que caiu em boa terra são aqueles que ouviram a palavra com um coração nobre e generoso, a conservam e dão fruto pela sua perseverança».

A Palavra germina no coração.

Nosso Senhor fala a todos. Mas como está o nosso coração para O acolher? E para acolher o coração do nosso cônjuge, através do qual Nosso Senhor também se manifesta?
Acolhemos como semente à beira do caminho, disfarçando a nossa soberba com razões que nos fazem acreditar que a mensagem de Cristo não é para nós, que “eu sou assim”, ou que é a minha mulher quem tem de mudar.
Acolhemos como semente em terreno pedregoso, sentindo um apelo num retiro para viver o casamento como Deus quer, mas voltamos a casa e, à mínima discussão, enchemo-nos de soberba e disfarçamos dizendo que o que vivemos no retiro não serve para nada.
Ou podemos acolher a Palavra de Deus como semente entre espinhos: acredito no que me ensinam as catequeses de São João Paulo II, acredito que o meu cônjuge é a ajuda adequada para me levar a Cristo, mas coloco à frente os meus apegos, as minhas saídas para o monte, as minhas leituras diárias, as horas ao computador, as cervejas, os cafés com amigas, os jogos de futebol — tudo à frente do meu esposo e da minha família…
Ou pode ser que acolha a Palavra de Deus como semente em terra boa, reconhecendo com humildade que sozinho(a) não consigo, entregando-me ao meu cônjuge sem esperar nada em troca, saboreando na oração e nos sacramentos a graça de Deus que faz brotar, crescer e dar fruto no casamento, na família e à nossa volta, deixando Deus fazer a Sua Obra.

Transposição para a vida matrimonial

Nazaré: Afonso, recebi o convite para participar na jornada de início de ano do Projecto Amor Conjugal este domingo. Vamos, não vamos?
Afonso: Nazaré, já sabes o que tenho nesse dia. Primeiro levo o Paulo ao jogo de futebol, depois vamos à Missa, e à tarde queria preparar uma reunião importante que tenho na segunda. E além disso, também não sinto que estejamos a avançar muito com as catequeses.
Nazaré: Afonso, meu amor. Nem quero imaginar como estaríamos se não tivéssemos ido às catequeses nestes dois anos e colaborado nos retiros. E quanto crescemos quando nos calha preparar a catequese! Mesmo que custe no início, depois os frutos são impressionantes…
Afonso: É verdade, em casa há mais paz e, na verdade, também nos tem ajudado muito a superar a ira com os nossos filhos.
Nazaré: Achas, querido, que este ano nos podemos ajudar a perseverar, já que nos faz tão bem…?
Afonso: Claro que sim. Vou já mandar uma mensagem a confirmar que vamos e a incentivar o resto do grupo.
Nazaré: Obrigada, querido.
Mãe,

Obrigado por nos mostrares os frutos da semente da palavra do Teu filho em nossos corações. Bendito e louvado seja Nosso Senhor!


Anunciai-O. Comentário para os esposos: Lucas 8, 1-3

Evangelho do dia
Leitura do Santo Evangelho segundo S. Lucas 8, 1-3
Naquele tempo, Jesus ia caminhando por cidades e aldeias, a pregar e a anunciar a boa nova do reino de Deus. Acompanhavam-n’O os Doze, bem como algumas mulheres que tinham sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades. Eram Maria, chamada Madalena, de quem tinham saído sete demónios, Joana, mulher de Cusa, administrador de Herodes, Susana e muitas outras, que serviam Jesus e os discípulos com os seus bens.

Anunciai-O.

Quando lemos este Evangelho, imaginamos a Jesus a anunciar a Verdade, de aldeia em aldeia, de cidade em cidade.
E hoje, diz-nos a nós que nos unamos a este anúncio, para mostrar a Verdade ao mundo inteiro. Mas, para podermos levar a Sua palavra, temos de nos unir a Ele. Para O anunciarmos, temos de nos unir em tudo: na oração, na Eucaristia, na confissão e, de forma especial, no nosso casamento — acolhemo-nos um ao outro para O acolhermos a Ele.
Foi por isso, e para isso, que Ele nos criou esposos, e pensou em nós desde toda a eternidade: para O ver no meu cônjuge. E quando chega a Cruz, também? Sim, aí também está Ele, para que O acolha no meu cônjuge, e o nosso amor seja mais forte do que a morte. É assim que nos salvaremos. É assim que Te anunciaremos!
Senhor, queremos ser a Tua boca, queremos ser os Teus olhos, queremos ser os Teus ouvidos.

Transposição para a vida matrimonial

Virgínia: Querido, isto que estamos a viver não podemos guardar só para nós!
Josué: Sim, mas ainda temos muito que crescer para poder falar de Deus, de Nosso Senhor…
Virgínia: Pois eu acho que devemos simplesmente contar o que nos aconteceu, nada mais, o que estamos a viver. Só isso. É a melhor forma de anunciar a Verdade: sendo testemunhas do que o Senhor está a fazer em nós e no nosso casamento.
Josué: Achas mesmo?
Virgínia: Sim. Tu não sentiste uma transformação no nosso casamento? Então foi o Senhor que a fez! Somos testemunhas do que Ele fez.
Josué: É verdade, Virgínia. Foi isso que Ele fez e não podemos guardá-lo só para nós. Hoje à tarde, quando nos encontrarmos com a Beatriz e o Inácio, podemos contar-lhes…

Mãe,

Queremos fazer como Tu e dizer, como Tu: A minha alma glorifica o Senhor. E proclamar: Bendito e Louvado seja Nosso Senhor!


Comentário para os esposos: Lucas 6, 43-49

Evangelho do dia
 
Leitura do Santo Evangelho segundo S. Lucas 7, 36-50
Naquele tempo, um fariseu convidou Jesus para comer com ele. Jesus entrou em casa do fariseu e tomou lugar à mesa. Então, uma mulher – uma pecadora que vivia na cidade – ao saber que Ele estava à mesa em casa do fariseu, trouxe um vaso de alabastro com perfume; pôs-se atrás de Jesus e, chorando muito, banhava-Lhe os pés com as lágrimas e enxugava-lhos com os cabelos, beijava-os e ungia-os com o perfume. Ao ver isto, o fariseu que tinha convidado Jesus pensou consigo: «Se este homem fosse profeta, saberia que a mulher que O toca é uma pecadora». Jesus tomou a palavra e disse-lhe: «Simão, tenho uma coisa a dizer-te». Ele respondeu: «Fala, Mestre». Jesus continuou: «Certo credor tinha dois devedores: um devia-lhe quinhentos denários e o outro cinquenta. Como não tinham com que pagar, perdoou a ambos. Qual deles ficará mais seu amigo?». Respondeu Simão: «Aquele – suponho eu – a quem mais perdoou». Disse-lhe Jesus: «Julgaste bem». E voltando-Se para a mulher, disse a Simão: «Vês esta mulher? Entrei em tua casa e não Me deste água para os pés; mas ela banhou-Me os pés com as lágrimas e enxugou-os com os cabelos. Não Me deste o ósculo; mas ela, desde que entrei, não cessou de beijar-Me os pés. Não Me derramaste óleo na cabeça; mas ela ungiu-Me os pés com perfume. Por isso te digo: São-lhe perdoados os seus muitos pecados, porque muito amou; mas aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama». Depois disse à mulher: «Os teus pecados estão perdoados». Então os convivas começaram a dizer entre si: «Quem é este homem, que até perdoa os pecados?». Mas Jesus disse à mulher: «A tua fé te salvou. Vai em paz»

Transposição para a vida Matrimonial

(Teresa está a falar com Cristina, a sua orientadora)
Teresa: Olha, Cristina, já não aguento mais a falta de seriedade do Eugénio.
Cristina: O que aconteceu?
Teresa: O mesmo de sempre. Tínhamos uma reunião na escola com o professor do nosso filho, e como é hábito, o Eugénio chegou meia hora atrasado. Depois passou o tempo todo agarrado ao telemóvel. Faz sempre o mesmo. Que vergonha que me fez passar.
Cristina: Não me admira que tenhas passado um mau bocado. E como é que reagiste?
Teresa: Fiquei mesmo zangada. Disse-lhe que é um mal-educado, que me faz passar muita vergonha. Que as pessoas já o conhecem bem. Que está sempre a prometer que não volta a acontecer, mas que é um irresponsável e um mal-educado.
Cristina: É verdade que a falta de pontualidade e não prestar atenção numa conversa são atitudes “objetivamente” erradas. Mas não és chamada a “reagir” deixando-te levar pela zanga e pela ira. És chamada a responder com amor. Ajuda-o, corrigindo-o com amor. Diz-lhe, mas quando fores capaz de o fazer com calma.
Teresa: Sei que tens razão, mas custa-me tanto manter a calma. Coitadinho, no fundo sofre com essa falta de organização e atenção. Quero ser a sua Ajuda Adequada.

 
Mãe:

Queremos beijar e ungir os preciosos pés de Jesus, queremos amar muito. Ajuda-nos, Mãe do amor conjugal. Bendito seja o Senhor pelo seu amor e misericórdia para connosco!

Vou reagir de uma vez por todas? Comentario para os esposos: Lc 7, 31 – 35

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas 7, 31-35

Naquele tempo, disse Jesus à multidão: «A quem hei de comparar os homens desta geração? Com quem se parecem? São como as crianças, que, sentadas na praça, falam umas com as outras, dizendo: ‘Tocámos flauta para vós e não dançastes, entoámos lamentações e não chorastes’. Porque veio João Batista, que não comia nem bebia vinho, e vós dizeis: ‘Tem o demónio com ele’. Veio o Filho do homem, que come e bebe, e vós dizeis: ‘É um glutão e um ébrio, amigo de publicanos e pecadores’. Mas a Sabedoria é justificada por todos os seus filhos».

Palavra da salvação.

Vou reagir de uma vez por todas?

Meu querido Jesus, estas tuas palavras desafiam-me. Sinto que me dizes, com um olhar simultaneamente triste e misericordioso: “De que é que estás à espera, vais reagir de uma vez por todas, vais ouvir-me mesmo e fazer o que te digo?”

Tu queres que eu seja muito feliz. Deste-me tudo o que preciso para começar a ser feliz aqui na terra e para gozar toda a eternidade contigo. Amas-me loucamente, morreste por mim, permaneceste na Eucaristia, enviaste-me o Espírito Santo, deste-me a tua Mãe, os Sacramentos,… E olhas para mim com tristeza porque vês que continuo a procurar a felicidade onde ela não está, continuo com outros senhores no meu coração que te impedem de reinar nele. São senhores aparentemente inofensivos, ora é este tempinho a mais no telemóvel, ora é este “eu preciso”, ora é o meu trabalho, ora é ficar por cima porque tenho razão,… E não são inofensivos, são as correntes disfarçadas que prendem o meu coração e o impedem de se encher do teu Amor. E cheio do teu Amor, o meu coração já poderia amar, amar-Te, amar o meu cônjuge, a minha família,… como Tu queres. E é aí que reside a verdadeira felicidade.

Transposição para a vida matrimonial

Bruno: Ai Ana, que susto, que sonho horrível! Sonhei que estavas a morrer, que horror! E apercebi-me de como te amo e de quantas oportunidades perdi de to dizer, de olhar para os teus olhos maravilhosos, de ser gentil contigo….

Ana: É tão querido! Penso muitas vezes que se morresse hoje, teria deixado imenso por fazer. De que me serviria o tempo gasto em chats, séries, nos meus caprichos,…? É por isso que estou a tentar começar cada dia com a oração e a missa, para que o Senhor me centre e acabe por só querer fazer a Sua vontade e não a minha.

Bruno: Realmente nota-se. Há algum tempo que penso como tens estado mais carinhosa comigo, te zangas menos e vejo-te mais sorridente e feliz. E eu quero seguir-te. Não quero perder mais tempo. Vejo claramente que é aqui que está a felicidade, em deixar de olhar para mim e começar a olhar apenas para o Senhor e para ti. Por favor, ajuda-me a adquirir os hábitos diários, sabes como é difícil para mim. Vamos juntos à missa e rezamos antes? Há alguma outra coisa que aches que me ajudaria?

Ana: A mim ajuda-me muito fazer pequenos sacrifícios que não se vêem, aquele pão que não como, aquela camisa no chão que a e não digo nada, aquela última palavra que calo… Ofereço estes pequenos sacrifícios com amor a Deus pelo nosso casamento e ajudam-me muito a concentrar-me no que é importante.

Bruno: Que bom! Vou rezar para saber o que posso fazer eu. Vai custar-me, mas sei que, com a ajuda do Senhor e com a tua, vou conseguir.

Mãe,

Que alegria ver como, pela Tua mão, este caminho de oração e de sacramentos vai dando os seus frutos. E de mortificação para vencer o meu amor-próprio…. Mil vezes obrigado, Mãe! Louvado seja o Senhor!


Compadeceu-Se. Comentário para os esposos: Lucas 6, 43-49

Evangelho do dia

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas 7,11-17

Naquele tempo, dirigia-Se Jesus para uma cidade chamada Naim; iam com Ele os seus discípulos e uma grande multidão. Quando chegou à porta da cidade, levavam um defunto a sepultar, filho único de sua mãe, que era viúva. Vinha com ela muita gente da cidade. Ao vê-la, o Senhor compadeceu-Se dela e disse-lhe: «Não chores». Jesus aproximou-Se e tocou no caixão; e os que o transportavam pararam. Disse Jesus: «Jovem, Eu te ordeno: levanta-te». O morto sentou-se e começou a falar; e Jesus entregou-o à sua mãe. Todos se encheram de temor e davam glória a Deus, dizendo: «Apareceu no meio de nós um grande profeta; Deus visitou o seu povo». E a fama deste acontecimento espalhou-se por toda a Judeia e pelas regiões vizinhas.

Compadeceu-Se

É comovente ver como Jesus tem compaixão por esta pobre viúva e quanta esperança nos inspira saber que o Senhor também tem compaixão por nós. Às vezes, podemos cair na tentação de pensar que Deus está ocupado com «outras coisas» mais importantes do que nós, e nada mais longe da realidade; Ele ama-nos infinitamente e quer que sejamos felizes vivendo o plano que Ele tem para nós, para o nosso casamento, e fica triste quando nos afastamos desse plano. E quando nos afastamos? Bem, cada vez que pensamos, fazemos ou dizemos qualquer coisa a partir dos nossos próprios critérios e não a partir do amor, então voltamos àquela Paixão do Senhor, voltamos a flagelá-Lo, a cravar-Lhe a coroa de espinhos, a crucificá-Lo na Cruz.

Peçamos, então, ao Senhor que nos ajude a ter compaixão, em primeiro lugar, pelo nosso cônjuge e também, é claro, pelos nossos filhos, familiares, amigos… Às vezes, pode ser mais fácil ter compaixão pelos outros, mas devemos ser coerentes com a nossa vocação e ter uma unidade de vida, começando essa atitude no nosso próprio lar.

Transposição para a vida matrimonial

João: Querida, reparaste como os nossos filhos foram vestidos hoje para a escola? Acho que deverias estar um pouco mais atenta aos detalhes e ajudá-los a arranjarem-se de manhã.

Maria: A sério, vais criticar-me pela forma como os nossos filhos se vestem? Sabes que a essa hora não tenho tempo para fazer mais nada e, na verdade, nunca posso contar contigo. Quando me apercebo, já te foste embora e, às vezes, sinto-me muito sozinha.

(À noite, na oração conjugal…)

João: Com este evangelho, o Senhor mostrou-me que primeiro devo estar atento a ti e às crianças e, depois, aos outros, ao meu trabalho… De que adianta fazer grandes coisas ou grandes projectos se, no final, em casa não faço isso primeiro? Perdoa-me, sinceramente, não tinha consciência do quanto te deixei sozinha. Vou esforçar-me para estar mais atento a ti e às crianças, mas vou precisar da tua ajuda e, se possível, sem reprovações, porque, devido ao meu orgulho, sabes que isso me custa muito mais.

Maria: Querido, gosto tanto que sejas capaz de ver o que o Senhor te diz e também de me dizeres depois. Amo-te tanto!

Mãe,

 Pedimos que nos ajudes a sermos capazes de ver as necessidades do nosso cônjuge (e de todas as pessoas que nos rodeiam), para que possamos viver como o Senhor, com o coração disposto a dar-se a todo o momento. Louvado seja Deus.