Arquivo diário: 12 Setembro, 2025

Partilhar o olhar do Criador. Comentário para os esposos: Lucas 6, 39-42

Evangelho do dia
Leitura do Santo Evangelho segundo S. Lucas 6, 39-42
Naquele tempo, disse Jesus aos discípulos a seguinte parábola: «Poderá um cego guiar outro cego? Não cairão os dois nalguma cova? O discípulo não é superior ao mestre, mas todo o discípulo perfeito deverá ser como o seu mestre. Porque vês o argueiro que o teu irmão tem na vista e não reparas na trave que está na tua? Como podes dizer a teu irmão: ‘Irmão, deixa-me tirar o argueiro que tens na vista’, se tu não vês a trave que está na tua? Hipócrita, tira primeiro a trave da tua vista e então verás bem para tirar o argueiro da vista do teu irmão».

Partilhar o olhar do Criador

Senhor, como é fácil para nós julgar as ações do nosso marido / da nossa mulher. Se grita com os filhos, se discute com a sua mãe, se só pensa no trabalho, se, se, se…. Poderíamos passar muito tempo a pensar em tudo aquilo que achamos que ele(a) deveria fazer melhor.
Parece mentira que tenhamos feito o retiro do Projeto, que tenhamos aprendido que temos de mudar o olhar, vários anos de catequese, mas à primeira oportunidade… voltamos a cair. E isto pensando no nosso marido / na nossa mulher — se for com os sogros, os colegas de trabalho, os amigos ou os clientes, o nosso olhar ainda é mais duro.
Tu, Senhor, podes falar-nos mais alto, mas não mais claro: “Tira primeiro a trave do teu olho.” Mas como fazê-lo? Com uma visita ao Sacrário, colocando diante de Ti todos os nossos pensamentos, um exame de consciência profundo e uma confissão bem feita: assim limpamos o nosso olhar e veremos a beleza interior de todos os Teus filhos.

Transposição para a vida Matrimonial

Manuel: Olá Rosa, como correu o teu dia? (aproxima-se e dá-lhe um beijo)
Rosa: Ai Manuel, por aqui tudo bem, como sempre. Esta manhã tive imenso trabalho, mas hoje os miúdos portaram-se bastante bem, fizeram os trabalhos de casa e jantaram sem problemas. E tu, como correu o teu dia?
Manuel: Foi um dia complicado, era muito mais fácil quando não era chefe. Agora que tenho de estar atento aos meus colegas, percebo que não se esforçam tanto quanto deviam. Estão sempre a tentar fazer o mínimo possível. Hoje o Raúl foi o cúmulo — tinha de apresentar dois relatórios e aparece-me com a desculpa de que a filha foi deixada pelo namorado. O que é que isso tem a ver com o trabalho? É mesmo um irresponsável…
Rosa: Bem, que maçada. Se te parecer bem, depois do jantar fazemos a nossa oração conjugal e podes colocar isso diante do Senhor.
(Mais tarde)
Manuel: Senhor, peço-Te perdão por todos os julgamentos injustos que faço. Rosa, durante a oração o Senhor fez-me lembrar que a filha do Raúl tem um distúrbio alimentar. Imagino a preocupação dele, ainda por cima agora que ela estava a melhorar, ser deixada pelo namorado deve tê-lo deixado mesmo preocupado. Sinto que já não me confesso há algum tempo e o meu olhar está bastante turvo — noto que tenho pouca consciência do meu pecado.
Rosa: Aproxima-te do Sacerdote sem dúvidas nem medos, diz-lhe o que sentes e ele vai ajudar-te a fazer uma boa confissão. Ele está ali em nome de Cristo, de certeza que te vai ajudar muito.
Manuel: É isso que vou fazer amanhã mesmo. Vê se me podes acompanhar. Também queria agradecer-te, porque quando te contei o problema que tive, ouviste-me com muito carinho e não me julgaste.
Rosa: É que, precisamente, fui confessar-me esta manhã durante a hora do pequeno-almoço. É uma bênção: desde que levo uma peça de fruta para o trabalho, em vez de ir ao café, vou fazer um bocadinho de oração à Igreja que há ali perto. Está a fazer-me muito bem à saúde do corpo e, mais importante ainda, muito melhor à saúde da alma. Louvado seja Deus, que tanto nos ama e nos espera!

Mãe:

Ninguém como Tu sabe ver a verdade e a beleza no interior de cada um. Pedimos que nos ensines a olhar assim para o nosso marido / a nossa mulher, filhos, amigos… Bendita sejas e bendito seja o fruto do teu ventre, Jesus!