Arquivo mensal: Novembro 2025

Casa de oração. Comentário para os Esposos: São Lucas 19, 45-48

Evangelho do dia
Leitura do Santo Evangelho segundo S. Lucas 19, 45-48

Naquele tempo, Jesus entrou no templo e começou a expulsar os vendedores, dizendo-lhes: «Está escrito: ‘A minha casa é casa de oração’; e vós fizestes dela ‘um covil de ladrões’». Jesus ensinava todos os dias no templo. Os príncipes dos sacerdotes, os escribas e os chefes do povo procuravam dar-Lhe a morte, mas não encontravam o modo de o fazer, porque todo o povo ficava maravilhado quando O ouvia.

 

Casa de oração

Nesta passagem, o Senhor cita o profeta Isaías: «A minha casa será chamada casa de oração para todos os povos», para lhes mostrar que tinham profanado o templo, transformando-o num covil de ladrões que o utilizavam para enriquecer. E aqueles que deveriam ter reconhecido nestas palavras o Messias, aqueles que tinham consagrado toda a sua vida ao serviço do templo, tinham o coração tão endurecido que a única coisa que procuravam era acabar com Ele. Senhor, torna o nosso coração manso e humilde como o Teu.

 

Transposição para a vida matrimonial:

António: Pilar, o Senhor mostrou-me neste Evangelho a importância de sermos coerentes em todos os momentos da nossa vida. Imagino todas as pessoas de boa vontade que chegavam em peregrinação ao templo, algumas de muito longe, e viam aquela quantidade de barracas vendendo animais para sacrifícios, ficavam escandalizadas!
Pilar: Nunca tinha parado para pensar nisso, sim, devia ser desagradável. Sabes? Outro dia, uma amiga fez-me perceber que há muitas pessoas que parecem estar muito próximas do Senhor porque vão à Igreja e rezam, mas que, na verdade, não têm nenhuma caridade com o próximo, criticam e insultam muito. 
António: Brincando, eu poderia responder: «imagina como seriam se não rezassem». Mas é um assunto sério, temos que ter muito cuidado com o exemplo que damos, porque o Senhor diz-nos noutra passagem do Evangelho: «Ai daquele que escandalizar um destes pequeninos».

Pilar: Temos que ser ajuda adequada uns para os outros e alertar-nos quando nos apercebermos de uma fraqueza. Contamos com a ajuda da graça, pelo nosso sacramento do matrimónio, juntos podemos conseguir.

 

Mãe,

Que não sejamos motivo de escândalo para outros casais, para que estejamos atentos e a escutar a Sua Palavra. Obrigada, Mãe abençoada!

Reconheço eu Jesus? Comentário para os Esposos: Lucas 19, 41-44

Evangelho do dia

 
Leitura do Santo Evangelho segundo S. Lucas 19, 41-44
Quando se aproximou, ao ver a cidade, Jesus chorou sobre ela e disse:«Se neste dia também tu tivesses conhecido o que te pode trazer a paz! Mas agora isto está oculto aos teus olhos. Virão dias para ti, em que os teus inimigos te hão de cercar de trincheiras, te sitiarão e te apertarão de todos os lados;hão de esmagar-te contra o solo, assim como aos teus filhos que estiverem dentro de ti, e não deixarão em ti pedra sobre pedra, por não teres reconhecido o tempo em que foste visitada.

Reconheço eu Jesus?

O Senhor entristece-Se ao aproximar-Se de Jerusalém, sabendo o que estava para acontecer e antecipando o sofrimento que, voluntariamente, iria suportar por nós. E isto continua a acontecer nos nossos dias: por causa do nosso pecado, o Senhor chora e sofre sempre que não O reconhecemos e seguimos os critérios do mundo em vez da Sua vontade — que é o que verdadeiramente nos conduz à paz.
Podemos consolar o Senhor reconhecendo-O na nossa vida e entregando-nos como Ele Se entrega por nós: amando nas dificuldades e renunciando à nossa própria vontade. No matrimónio, quantas vezes os esposos choram e se sentem tristes por não saberem amar-se, por não verem o Senhor no seu marido/na sua mulher . E quanta paz nos traz reconhecer Jesus entre nós e dar glória a Deus por nos resgatar, uma e outra vez.
Que belo é poder enxugar as Suas lágrimas com o nosso amor conjugal e tê-Lo sempre presente na nossa vida.

Transposição para a vida Matrimonial

Carmen: Outra vez a fazer-me frente diante dos meus amigos. Estás sempre com a mesma atitude, não há quem consiga lidar contigo — tens sempre de ter razão.
Carlos: Não acho que tenha sido assim tão grave, limitei-me a dar a minha opinião.
Carmen: Mais do que dá-la, impuseste-a.
Carlos: É verdade, tens razão. Perdoa-me, exagerei um pouco e perdi a noção pela forma como falei.
Carmen: Bem, talvez eu também não tenha ajudado muito. Olhei apenas para mim, sem considerar que também posso estar errada.
Carlos: É impressionante como conseguimos, com rapidez, pôr de lado o nosso critério e evitar confrontos que não nos levam a lado nenhum. Dá muita paz perceber como é fácil errarmos.
Carmen: É verdade… perceber a força que tem a graça do nosso sacramento e como é simples pô-la em prática.
Carlos: Damos muitas graças a Deus por estar no meio de nós.

Mãe,

Maria, Rainha da Paz, ajuda-nos a reconhecer a paz que nos dá ter o teu Filho entre nós.
Bendito seja o Sagrado Coração de Jesus.


A Mina de Ouro. Comentário para os Esposos: Lucas 19, 11-28

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas 19, 11-28

Naquele tempo, disse Jesus uma parábola, porque estava perto de Jerusalém e eles pensavam que o reino de Deus ia manifestar-se imediatamente. 

Então Jesus disse: «Um homem nobre foi para uma região distante, a fim de ser coroado rei e depois voltar. Antes, porém, chamou dez dos seus servos e entregou-lhes dez minas, dizendo: ‘Fazei-as render até que eu volte’. Ora os seus concidadãos detestavam-no e mandaram uma delegação atrás dele para dizer: ‘Não queremos que ele reine sobre nós’. Quando voltou, investido do poder real, mandou chamar à sua presença os servos a quem entregara o dinheiro, para saber o que cada um tinha lucrado.

Apresentou-se o primeiro e disse: ‘Senhor, a tua mina rendeu dez minas’. Ele respondeu-lhe: ‘Muito bem, servo bom! Porque foste fiel no pouco, receberás o governo de dez cidades’. Veio o segundo e disse-lhe: ‘Senhor, a tua mina rendeu cinco minas’. A este respondeu igualmente: ‘Tu também, ficarás à frente de cinco cidades’. Depois veio o outro e disse-lhe: ‘Senhor, aqui está a tua mina, que eu guardei num lenço, pois tive medo de ti, que és homem severo: levantas o que não depositaste e colhes o que não semeaste’.

Disse-lhe o senhor: ‘Servo mau, pela tua boca te julgo. Sabias que sou homem severo, que levanto o que não depositei e colho o que não semeei. Então, porque não entregaste ao banco o meu dinheiro? No meu regresso tê-lo-ia recuperado com juros’. Depois disse aos presentes: ‘Tirai-lhe a mina e dai-a ao que tem dez’.

Eles responderam-lhe: ‘Senhor, ele já tem dez minas!’.

O rei respondeu: ‘Eu vos digo: A todo aquele que tem se dará mais, mas àquele que não tem, até o que tem lhe será tirado. Quanto a esses meus inimigos, que não me quiseram como rei, trazei-os aqui e degolai-os na minha presença’».

Dito isto, Jesus seguiu, à frente do povo, para Jerusalém.

A mina de ouro

A semente da fé é aquela mina de ouro que o Senhor entrega a cada um de nós no dia do nosso baptismo. Uma pequena semente que Ele deposita na minha alma e que agora requer os meus cuidados até que o Senhor volte e me pergunte como a fiz frutificar. 

Como estou a cuidar da minha fé? Estou a alimentá-la com orações e sacramentos? Estou a regá-la com formação espiritual? Estou a fumigá-la das «pragas» mundanas? Estou a fazê-la crescer ou estou a deixá-la morrer? A semente não pode crescer no ar, precisa de terra, e essa terra é a nossa vida concreta: o nosso casamento, a nossa família. 

A minha fé e o meu casamento são inseparáveis, não posso amar a Deus e não amar o/a meu/minha esposo/esposa (1 João 4,20). A fé e o amor funcionam da mesma forma, só crescem quando são cuidados. «Ao que tem, será dado, e ao que não tem, até o que tem lhe será tirado», se cuidarmos da semente da fé, ela crescerá e receberei mais graça de Deus, mais amor de Deus e o meu casamento também florescerá porque o Senhor habitará cada vez mais no nosso coração. Mas se não cuidar dela, perdê-la-ei. Perderei a fé, perderei a graça de Deus e posso acabar por destruir o meu casamento.

Porque sem Deus, a minha alma e o meu casamento morrem.

Transposição para a vida matrimonial

Isabel: Que bom conselho o António e a Carminho nos deram! Lembras-te? Já faz muitos anos, mas agora percebo a grande sabedoria daquele conselho.

Rafael: Refresca a minha memória, pois não sei a que te referes…

Isabel: Sim, quando naquele encontro com eles comentaste que não tinhas fé e eles nos disseram que sim, que tinhas, só que talvez não a tivesses cultivado. Eles encorajaram-te a começar a viver como se tivesses e assim essa semente voltaria a crescer…

Rafael: E como eles estavam certos… lembro-me de começar a rezar como podia, a confessar-me, a ir à missa sem entender nada, e aconteceu… a minha fé voltou a brotar… e desde então cresce a cada dia…

Isabel: Esse conselho também me ajudou, eu dizia que tinha fé, mas… na verdade, ela não significava nada na minha vida, era como um adorno, uma fé tradicional, teórica… Assim vivíamos… vidas paralelas sob o mesmo teto…

Rafael: como é bom o Senhor, que veio em nosso socorro com esse «conselho celestial».

Mãe,

Que quando o Senhor voltar, encontre em nossos corações uma grande fé e um amor encarnado. 

Ajuda-nos, querida Mãe! 

Bendita e louvada sejas!


Procura-O. Comentário para os Esposos: Lucas 19, 1-10

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas  19, 1-10

Naquele tempo, Jesus entrou em Jericó e começou a atravessar a cidade. Vivia ali um homem rico chamado Zaqueu, que era chefe de publicanos. Procurava ver quem era Jesus, mas, devido à multidão, não podia vê-l’O, porque era de pequena estatura. Então correu mais à frente e subiu a um sicómoro, para ver Jesus, que havia de passar por ali. Quando Jesus chegou ao local, olhou para cima e disse-lhe: «Zaqueu, desce depressa, que Eu hoje devo ficar em tua casa». Ele desceu rapidamente e recebeu Jesus com alegria. Ao verem isto, todos murmuravam, dizendo: «Foi hospedar-Se em casa dum pecador». Entretanto, Zaqueu apresentou-se ao Senhor, dizendo: «Senhor, vou dar aos pobres metade dos meus bens e, se causei qualquer prejuízo a alguém, restituirei quatro vezes mais». Disse-lhe Jesus: «Hoje entrou a salvação nesta casa, porque Zaqueu também é filho de Abraão. Com efeito, o Filho do homem veio procurar e salvar o que estava perdido».

Procura-O

Zaqueu é um pecador, sim, mas procura ardentemente Jesus. Nada o detém e ele supera todos os obstáculos que encontra: a multidão, a sua pequenez, a vergonha, o seu pecado… Quando a alma deseja verdadeiramente Cristo, ela rompe qualquer barreira para chegar até Ele. E então acontece o que ele não esperava: Jesus olha para ele, embora já o estivesse a ver. Chama-o pelo nome e atravessa a sua história, as suas sombras, os seus pecados, para penetrar mais profundamente. Ele está interessado em Zacarias pelo que os outros não foram capazes de ver quando o julgaram: o desejo de Deus no seu coração. Jesus não fica indiferente diante de um coração que reconhece a sua fraqueza e O procura apesar da dificuldade. A resposta de Jesus? «Zacarias, desce depressa. Hoje tenho de ficar na tua casa». Assim é Jesus. Quando O procuras com um coração sincero e um desejo comprovado, Ele vem, Ele antecipa-se. Zaqueu obedece a Jesus. Desce apressadamente e recebe-O com alegria, diz a Escritura. É uma alegria a de Zaqueu que só aquele que deixa entrar Deus sem condições experimenta. Nesse encontro, o amor do Senhor fere-o por dentro: desperta a sua consciência, derrete o seu orgulho e acende o seu arrependimento mais perfeito, porque é reparador.

A mudança na sua vida já começou porque Zaqueu faz a vontade de Deus. Queremos mudar o nosso casamento… mas continuamos sem procurar Jesus com verdadeira fome? Implorai isso ao Senhor! Pretendemos uma vida nova enquanto nos deixamos frear por mil desculpas: falta de tempo, trabalho, ruídos, julgamentos, egoísmos, caprichos, comodidades. Dizemos que amamos a Deus, mas quando Ele nos pede algo concreto… hesitamos, regateamos ou adiamos? Se queremos que o Senhor transforme o nosso casamento, sigamos o caminho de Zaqueu: procurai-O com determinação, deixai que Ele os veja, respondei prontamente, abri-Lhe o coração sem reservas. Então Cristo poderá dizer também sobre vós «Hoje a salvação chegou a esta casa».

 

Transposição para a vida matrimonial

A Mariana sabia que naquela manhã tinha falado mal com Luis. Imediatamente, seu coração ardeu pelo desejo de recuperar a comunhão, então, a meio da manhã, ela ligou-lhe. Mal conseguiu dizer um tímido «olá» baixinho, quando Luis respondeu com uma ternura que a desarmou: «Olá, querida…! Queres vir almoçar fora hoje? Mariana sorriu cheia de alegria do outro lado do telefone e respondeu imediatamente. Sim, claro que sim! … E então? Nada mais. É assim tão simples que se constrói o amor de comunhão, quando contamos com corações que querem vencer o obstáculo do orgulho, da soberba e do julgamento, porque descobriram o tesouro de viver no amor de Deus.

Mãe,

Que delicadeza o Coração de Jesus, que olhar que penetra no fundo do coração. Torna-nos semelhantes a Ele, educa-nos no amor. Louvado seja Deus!


Cegos ao Dom. Comentário para os Esposos: lUCAS 18, 35-43

Evangelho do dia 

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas (Lc 18, 35-43)

Naquele tempo, quando Jesus Se aproximava de Jericó, estava um cego a pedir esmola, sentado à beira do caminho. Quando ele ouviu passar a multidão, perguntou o que era aquilo. Disseram-lhe que era Jesus Nazareno que passava. Então ele começou a gritar: «Jesus, filho de David, tem piedade de mim». Os que vinham à frente repreendiam-no, para que se calasse, mas ele gritava ainda mais: «Filho de David, tem piedade de mim». Jesus parou e mandou que Lho trouxessem. Quando ele se aproximou, perguntou-lhe: «Que queres que Eu te faça?». Ele respondeu-Lhe: «Senhor, que eu veja». Disse-lhe Jesus: «Vê. A tua fé te salvou». No mesmo instante ele recuperou a vista e seguiu Jesus, glorificando a Deus. Ao ver o sucedido, todo o povo deu louvores a Deus.

 

Cegos ao Dom

A nossa fraqueza deixa-nos cegos: impede-nos de ver o Dom que o/a nosso/a marido/mulher é para nós, e acabamos a sofrer as consequências disso. Vivemos uma vida cinzenta, instalados na queixa, uma vida medíocre que não corresponde à beleza que Deus deseja para o nosso casamento. Para alcançar essa beleza, devemos tomar consciência desta nossa cegueira. E devemos pedir ajuda a Jesus, que está continuamente ao nosso lado!, pedindo-Lhe com fé: “Senhor, que eu recupere a vista.”

Quando o Senhor abre os nossos olhos para a beleza do nosso Sacramento, então aí vemos o Dom que é o nosso cônjuge: vemos toda a sua grandeza e toda a sua formosura! O nosso casamento e toda a nossa vida ganham um novo sentido e, então, damos glória a Deus.

 

Transposição para a vida matrimonial:

Maria: Fernando, lembras-te quando eu te disse que não aguentava mais? Eu estava desesperada. Eu amava-te, mas nós não nos entendíamos quando conversávamos e acabávamos zangados, sem sequer nos olharmos por vários dias. Era como se eu tivesse uma cegueira que escondia de mim o quão belo o nosso casamento pode ser.

Fernando: Comigo acontecia o mesmo. Ainda bem que naquele dia fomos até a Igreja e aquele Padre tão simpático nos recomendou o retiro do Projeto Amor Conjugal. Foi um antes e um depois.

Maria: É verdade, ali vimos a nossa necessidade e o Senhor curou-nos daquela cegueira. Agora, com o nosso casal tutor, com a oração, os atos de entrega e de acolhimento mútuos, e com os sacramentos, estamos a conseguir reparar e a encher de alegria o nosso casamento e a nossa família.

Fernando: Não vamos parar de dar glória a Deus!
(E os seus filhos, que os escutavam, louvaram ao Senhor.)

 

Mãe,

Ajuda-nos a descobrir a nossa própria cegueira e a pedir com fé ao Senhor que nos cure. Louvado seja Deus!